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Diário da Câmara dos Deputados

e criando-se assim uni aumento de dos-pesa!.

É sempre assim, quando se trata de qualquer reorganização feita pelo Poder Executivo. Todas as reorganizações feitas por esse Poder têm como finalidade o aumento de despesa/

Felizmente que o Parlamento, conhecedor dos factos passados, quando aprovou a lei chamada da reorganização dos serviços públicos, mui criteriosamente, afastou do Governo a possibilidade de Cie poder reorganizar quaisquer serviços.

Só houve a excepção para a policia, como já disse. Tudo o roais não seria feito 1 sem que, previamente, a respectiva reorganização fosse discutida no Parlamento.

O que o Governo pode fazer é obter dos membros da msioria que o apoia, e dos quais é composta ua quási totalidade a comissão encarregada de estudar a reorganização dos serviços públicos, que o trabalho de^sa comissão siga rapidamente, para que em breve aqui sejam trazidas a,s bases dessa reorganização.

Seria interessante que a declaração ministerial nos indicasse qual a idea do Governo cm relação a certos e determinados serviços do Estado, dizendo-nos se entende que alguns dôsscs serviços de carácter industriar deverão ou não passar para a indústria particular, aliviundo-se, assim, o Estado de maiores despo?as.

Neste ponto é silenciosa a declaração do Governo.

Foram feitas referências à organização militar pelo Sr. José Domingues dos Santos.

Embora eu acompanhe S. Ex.a em parle, porque estou convoncido que é preciso fazer economias, não participo do ponto de vista pelo qual se entenda que ter um •exército é ter uma grande quantidade de pessoas, que nas suas casas se exercitem no manejo das armas, para soldado.

Tudo que seja tirar ao exército o essencial exercício em conjunto, é destruir o exército, e só o poderemos destruir quando se afirme que não necessitamos ter exército do espécie alguma.

O que é necessário — e para isso chamo a atenção do Sr. Ministro da Guerra — é reformar os quadros e as condições no ingresso deles, por forma a eles se constituírem por pessoas suficientemente hábeis e fortes.

Para mostrar quanto ó hoje perigosa a maneira como se faz o recrutamento de oficiais, direi que sê,pode afirmar que temos um exército constituído quási por inválidos.

Posso tambérq dizer que dos oficiais que foram mandados a Mafra par prestarem provas e habilitarem-se com. o curso de gimuástica, f>0 por cento foram dados por incapazes de fazer essa instrução por incapacidade física.

Posso também declarar, sen. receio de ser desmentido, que alguns dos oficiais a quem se obrigou determinada instrução se negaram a fazê-lo, porque s.e consideraram incapazes de praticar certos exercícios.

E necessário acabar esta situação.

Isto é que é essencial. Agora reorganizar, por exemplo, o Ministério da Agricultura sem os serviços necessários para agricultar, sem os meios para o trabidbo, não é reorganizar, é tornar impossível essa reorganização.

Da mesma forma com respeito ao pró-blena militar.

Desejava que algumas das nedi'das em que fala a declaração ministerial fossem trazidas ao Parlamento.

Então este lado da Câmara poderá analisá-las o concretizar a sua opinião.

Com resperto à questão religiosa, assim chamada pelo leader da maioria, este lado da Câmara só tom a significa^ o prazer de ver que a maioria parlamentar, melhor pensando, com respeito ao ensino nos estabelecimentos particulares, se integra na Constituição da República, e procura realizar uma forma de equilíbrio, dentro da qual caibam todos os bons republicanos e liberais, porque o espírito liberal porventura ó mais extenso em Portugal que o republicano, e esse espírito l beral não verá com bons olhos qualquer medida que possa ser perniciosa aos interesses do País, pela entrada aqui ctas congregações religiosas,' porque as condena. (Apoiados).

Seria legítimo chamar a alencão do Ministério para a circunstância de que as-congregações religiosas são o grande inimigo da República. (Apoiados).