O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16

Diário da Câmara do? Deputados

exactamente porque são alheios a todas as lutas de facções. 'Tenho dito.

Vozes:—Muito bem.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Álvaro de Castro:— Sr. Presidente : inicio as minhas considerações por comunicar à Câmara a constituição do bloco parlamentar republicano em nome do qual falo, pela primeira vez, nesta casa do Parlamento.

O bloco parlamentar republicano, reúne os partidos republicanos da oposição para uma acção mais uniforme e homogé-nia a dentro do Parlamento, tendo por objectivo a organização dos elementos republicanos dispersos, da qual possa resultar uma nova força para a Republica, em que ela possa apoiar-se na sua marcha livre e progressiva.

Era necessária a constituição dessa força, sabido que o poder se exerce por intermédio dos partidos e que para tal os partidos precisam de ser fortes.

Não se intitula o novo bloco de conservador ou de radical, por que infelizmente entre nós, e neste momento, não há problemas que apresentem nitidamente o fácies radical ou o fácies conservador.

Há simplesmente problemas instantes, que têm de ser resolvidos em face de dados scientíficos de ocasião, sem uma feição acentuadameate característica, resultante apenas das lições dos outros povos.

Há medidas, as mais vastas e profundas, de remodelação duma sociedade que porventura os partidos denominados radicais teriam dificuldades em realizar, em-quanto outras existem com características visivelmente conservadoras que os partidos chamados conservadores não seriam capazes de realizar.

s- Há problemas cuja solução não depende da feição radical ou conservadora de quem é chamado a resolvê-los, e entre eles está o problema financeiro.

Já foram para as prateleiras da história todos esses princípios de carácter social com características radicais, pelos quais se pretendia transformar uma so-

ciedade pela aplicação de determinados impostos, porque hoje a situação financeira do todos os países é tam agoniou que todas as fórmulas tendentes a resolvê-la têm todas os mesmos aspectos.

Sr. Presidente: feitas estas considerações, cabe-me dizer alguma cousa sobre o programa apresentado pelo Governo da presidência do Sr. António Maria da Silva.

Empregando um torrão da declaração ministerial, eu direi que as funções cogní-ticax (Risos) de todos os que se encontram nesta Câmara, tornam-os realmente incompetentes para rapidamente poderem pronunciar-se sobre um tam vasto e extenso documento.

Sr. Presidente: pelas condições especiais da constituição do bloco de oposição ao Governo, devo explicar que este bloco não tem por fim um combate à outronce aos homens que compõem o Governo ou às suas medidas.

Esta oposição significa uma atitude de severa fiscalização aos actos administrativos do Governo.

Como já disse, a oposição estudará' profundamente as medidas que sejam apresentadas ao Parlamento e os problemas que este lado da Câmara entendo deverem ser resolvidos para o bem estar do País.

A oposição espera que este Governo não faça uma política à poigne, de violências, mas de respeito pelo» direitos de todos*, fazendo cumprir também os deveres a todos.

Para esta política o Governo pode contar com a boa vontade da oposição.

Embora o Governo passado tivesse desaparecido, estando no Poder o Sr. António Maria da Silva, que foi chefe desse Governo, n3o posso deixar do me referir às violências praticadas durante o acto eleitoral, que põem uma nódoa tremenda no regime.