O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

âe 11 de Dezembro de 192Ê

não o castigo para os criminosos, mas salvo conduto, para eles poderem passar entre a sociedade. Temos de segnir caminho inteiramente diverso, afirmado pela acção moralizadora.

O partido republicano confia na acção do actual Governo, e está certo de que será em breve dignificada essa República, o que constitui neste momento a grande aspiração do povo português.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram, enriadas.

O Sr. Rocha Saraiva:—Sr. Presidente: duas palavras apenas. , Eu não sou o (eader dos independentes.

Não falo em nome de um grupo parlamentar organizado.

Todavia as minhas palavras não exprimem apenas o meu pensar individual.

Elas vêm exprimir também o pensar-de alguns Deputados independentes, que, pelo lacto de o serem, de modo nenhum estavam inibidos de entre si trocarem impressões e chegarem a um acordo sobre a colaboração a dar ao Governo.

Quando S. Ex.a, o Sr. Presidente da Kepública, por ocasião da crise ministerial, nos deu a honra de pedir a nossa opinião sobre a forma de resolver a crise ministerial, reuniram-se os Deputados independentes que puderam réunir-se, e facilmente eles chegaram a um acordo. Todos eles entenderam que o Governo precisava de ser' um Governo forte, o mais forte possível, com. o apoio da maioria parlamentar, de maneira a poder executar a difícil obra que se concretizou naquilo que na última sessão parlamentar se tinha legislado, em que avulta principalmente a remodelação~ dos serviços públicos.

Todos entendemos também que era necessário que se continuasse aquela política de' acordo e união de todos os republicanos, de conciliação e tolerância 0111 matéria religiosa, que vinha sendo seguida pelo Governo anterior, e nesta ordem de ideas propusemos, e até lembrámos, a conveniência de pôr à testa do novo Governo o ilustre homem público e honrado republicano Sr. António Maria da Silva, que havia presidido ao Governo anterior.

Todos nós entendemos ainda quo ora conveniente quo algumas pastas, aquelas

por onde correm assuntos da mais alta importância nacional,'fossem confiadas'a .republicanos 'prestigiosos e' competentes, fossem quais fossem os partidos políticos a que pertencessem ou mesmo que eles não tivessem esta ou aquela filiação partidária.

Foi esta a indicação que ao Sr. Presidente da República foi dada pelos Deputados independentes sobre a organização dty Ministério a constituir.

A esta reunião, seguiu-se outra, à qual não assisti, mas em que presidiu, segundo son informado, a mesma orientação.

(Apoiados).

De regresso a Lisboa, encontrei o Governo já constituído e verifiquei então, com prazer, qne elo tinha sido efectivamente organizado do ' harmonia com as indicações dadas pelo grupo independente, e que à sua frente se encontrava precisamente o Sr. António Maria da Silva, garantia, segura de quo a indispensável continuidade da acção ministerial não sofria interrupção, e de que a política de tolerância e de concórdia, p atri eticamente seguida pelo Governo transacto, não seria facilmente modificada.

Mais constatei, igualmente com -prazer, que diversas pastas tinham sido' confiadas a pessoas que, embora sem filiação partidária, se impunham à consideração do País, pela sua incontestável competência, pelo seu acrisolado patriotismo e pela sua grande fé republicana.

& Nestas condições, qual podia ser a atitude dos Deputados independentes, em cujo nome tenho a honra de falar, senão a de um franco e leal apoio ao Governo ?

Não podia evidentemente ser outra, tanto mais que nós estamos absolutamente convencidos de que o Governo não deixará de olhítr atentamente ao nosso problema colonial e internacional, às bases dum plano geral de fomento, à necessidade de novas leis tributárias e à remodelação dos serviços públicos.

Para o estudo e resolução destes importantíssimos problemas pode, pois, o Governo contar com a leal e desinteressada colaboração dos Deputados independentes.

(Apoiados).