O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 11 de Dezembro de

21

gueses António Enes e Mousinho de Albuquerque, com quem tive a honra dec servir, foi precisamente a da combinação de interesses entre nós, na costa, e os nossos vizinhos, no interior.

Eu penso, Sr. Presidente, que eles prqcisam de nós, e nós precisamos deles.

Elos precisam de nós porque são nossos os melhores portos da costa oriental de África.

Estrio, Sr. Paesidente, em projecto de próxima realização três ou quatro caminhos de ferro, cuja saída natural é Lou-renço Marques.

Pode-se pensar que a União irá de ânimo leve criar, à custa de seis ou sete milhões de esterlinos, um novo porto na costa inóspita da Zulnlândia?

£ Não nos convirá a nós, e não será essa a nossa política, chamar, pela situação que criamos, ao porto de Lourenco Marques todo esse futuro tráfego para nós?

Sr. Presidente: nós. não sabemos a estas horas em que ponto estão as negociações com a União Sul Africana acerca do Convénio. Mas o que sabemos é que não havendo qualquer cousa tratada com ela,j e expirando o Convénio a 31 de Março próximo, na'meia noite desse dia deixa de existir a Curadoria, deixam de existir na nossa mão todos os meios dB repatriação dos indígenas, ficando» ipso facto no Rand os 140:000 portugueses que lá trabalham aciíalmente.

Talvez, Sr. Presidente/seja na previsão deste facto que a União acaba há poucas semanas de reduzir a immigração dos nossos indígenas' a uns 1:100 por mês.

» São estes pontos que eu ofereço à'consideração do Governo, desejando, Sr. Presidente, que o Sr. Ministro das Colónias possa sair do seu mutismo e descansar a opinião pública, justamente preocupada.

E, finalmente, Sr: Presidente, vamos à parte religiosa da declaração ministerial. Ela diz que se há-de manter a acção republicana, e isso é mais que bastante para nos pôr de sobre-aviso.

Mas, falando da regulamentação do ensino religioso, parece reconhecer finalmente aos pais de família católicos, que são a grande maioria no País, o mais elementar e o mais rudimentar dos seus direitos.

Eu, Sr. Presidente, sou, como toda a gente sabe. católico, apostólico romano, e sou também monárquico.

Nunca até hoje, Sr. Presidente, a mi nhã fé religiosa colidiu com os meus princípios políticos, nem estes com aquela.

Eu poderia. Sr. Presidente, aproveitar esta ocasião para fazor largas considerações o dizer muita cousa, não só sobre o problema religioso em Portugal, mas sobre a maneira como encaro a declaração ministerial.

Mas, Sr. Presidente, eu conheço os melindres da situação presente: eu não quereria nunca que uma palavra minha pronunciada aqui, e agora, pudesse acarretar prejuízo aos interesses da Igreja no meu país.

Por isso daixo ao leader católico nesta Câmara o apreciar o que nessa declaração se contém, para depois pautar pelas suas considerações o que eu entender dever dizer.

Sr. Presidente: eu não v posso terminar sem me associar aos protestos levantados pelo leader do bloco nesta Câmara contra a cumplicidade daígumas autoridades administrativas nas violências praticadas nas últimas eleições.

A declaração ministerial refere-se à vitória que elas representam para o regime ; mas, Sr. Presidente, bem outra, por certo, seria a vitória se as autoridades da confiança do Sr. Presidente do Ministério não tivessem procedido de forma a levantar protestos e reparos entre os próprios republicanos.

Einqiianto essas autoridades estiverem no Poder, Sr. Presidente, difícil será aquela paz e aquela concórdia que o Sr. Presidente do Ministério tanto reclama.

Tenho dito.

O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente; pedi a palavra para, em nome da minoria católica, que tenho a honra de representar nesta casa do Parlamento, apresentar os meus cumprimentos ao r>ovo Governo, fazendo-lhe sinceros votos pelas suas pros-peridades, para bem da Pátria, que todos nós defendemos.