O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 11 de Dezembro de 1922

deixar de reconhecer que a igreja se amassou com a própria Pátria e que por isso quem quiser separá-la da unidade nacional, anula a própria Pátria.

Por consequência, é justo que se respeite o facto social que é a igreja, porque a igreja, digam o que disserem, é um facto nacional.

Sr. Presidente: concluo como comecei, dirigindo ao Governo os meus cumprimentos e dizondo-lhe que terá o apoio da minoria católica se governar bem, e será asperamente censurado e atacado se governar mal.

De resto, o País não quere outra política senão a de um bom Governo, com a concórdia de todos conducente à salvação de Portugal. (Apoiados).

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Fausto de Figueiredo: — Sr. Pre-

. s i dente : começo por apresentar a V. Ex.a os meus respeitosos cumprimentos pela sua eleição a esse honroso cargo, esperando que V. Ex.a o desempenhe como costuma desempenhar os cargos para que é nomeado e como o desempenhou o actual Sr. Ministro dos Estrangeiros.

Posto isto, entendo, pelo que devo a mini próprio e ao País, ser de minfia obrigação dizer à Câmara sinceramente o que penso a respeito da declaração apresentada pelo Sr. António Maria da Silva. Q meu ilustre 'colega, Deputado também independente como eu, Rocha Saraiva, já expôs à Câmara, muito sinceramente também, as razões altamente patrióticas que levaram um grupo de De putados independentes a procurar num-dado momento efectivar aquilo que representava a reclamação da opinião pública, isto é, a continuação dum Governo presidido pelo Sr. António Maria da Silva. Mas porque de facto os Deputados independentes continuam independentes e nenhum de nós' abdicou da razão' de ser pela qual nos encontramos aqui, nós temos de discutir —discutir não é votar contra, mas esclarecer-nos — aquilo quê é mais urgente para a vida que o País está atravessando neste momento gravís-simo e crítico,

E por isso que eu não posso deixar de apreciar a declaração ministerial adentro daquelas considerações que já fiz fora da da política, e que representam a necessidade absoluta que nós todos temos de ar-ripiar caminho, procedendo de fornia a conseguirmos nma maior actividade e pro--dutividade.

.Não pretendo fazer o elogio ou a biografia de cada um dos ilustres membros do Governo; mas não posso deixar de felicitar o Sr. Presidente do Ministério pela escolha que fez dos continuadores da sua obra, e sobretudo por ter vindo arrancar a este lado da Câmara duas das maiores figuras da República e desta Câmara, o Sr. coronel Freiria e o Sr. Abranches Ferrão, que ^realmente são dois elementos que prestigiam bem o regime a que pertencem.

Devo, no emtanto, constatar com mágoa a quási inaçção que tem havido em alguns dos assuntos mais importantes do País.

Vou, nas minhas considerações, referir-me especialmente à pasta das Finanças, à pasta do Comércio, e à pasta das Colónias e dos Estrangeiros, pedindo que me seja permitido englobar estas duas últimas.

O Sr. Ministro das Finanças, que merece a minha maior «stima e a minha maior consideração, não tem por certo, até hoje, visto que a-atenção do Governo tem sido quási que exclusivamente absorvida pelo magno problema da ordem pública, estudado aquilo que a meu ver é também básico para a mesma ordem pública.

Não é só o Ministro do.Interior que pode permanentemente resolver o problema da ordem;' é necessário que os seus colegas estudem a forma de terminar quanto antes a origem dessa desordem, que, fundamentalmente,. é a especulação que sobre as finanças tem incidido.

(Apoiados).

Não se diga que o País atravessa economicamente e financeiramente uma situação desesperada. Diga-se, antes, e claramente, que o que existe é uma grande crise de patriotismo, do que resulta haver um grande número que deseje encravar, permita^se-me o termo, encravar o País até o máximo.