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Diário da Câmara dos Deputados
Tomé José de Sarros Queiroz.
Valentim Guerra.
Vergílio da Conceição Costa.
O Sr. Presidente: — Vai proceder-se à chamada.
Procedeu-se à chamada.
O Sr. Presidente: — Responderam à chamada 47 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.
Vai ler-se a acta.
Eram 22 horas e 15 minutos.
Leu-se a acta.
O Sr. Agatão Lança (para explicações): — Sr. Presidente: um jornal da noite, o Diário de Lisboa, jornal que tem por costume achincalhar o Parlamento, diz no seu número de hoje:
«A discussão prossegue: e a certa altura, é pôsto à consideração da Câmara um projecto que implica a concessão de determinado subsídio de embarque aos. oficiais da Armada.
O Sr. Agatão Lança intervém e consegue que o projecto seja aprovado com prejuízo dos demais assuntos pendentes, o que provoca protestos violentos e clamorosos da parte da minoria".
Como V. Ex.ª sabe, nada disto sucedeu. Foi exactamente o contrário que aconteceu;
A minha intervenção foi somente para que o projecto não fôsse discutido. O meu requerimento foi rejeitado em prova e contraprova.
A minha intervenção não deu motivo a protestos violentos nem da minoria nem da maioria.
Mais adiante, o mesmo jornal diz:
«Começa, assim, a fase barulhenta da sessão, não deixando mais a maioria e a minoria de se increpar de maneira tumultuosa".
Toda a Câmara sabe que êste relato é absolutamente falso e calunioso. Apoiados. O mesmo jornal referindo-se à sessão de ontem diz em título:
«Um conflito entre os Deputados Francisco Cruz e Agatão Lança".
Não me consta que tivesse havido um conflito entre mim e o Sr. Francisco Cruz.
Êsse jornal, referindo-se 'mais abaixo ao que se passou, diz:
«A certa altura, entre os Srs. Francisco Cruz e Agatão Lança trocam-se duros àpartes. O primeiro avança para o segundo,, de punhos cerrados, e increpa-o. Alguns colegas e o Chefe do Govêrno impedem o corps-à-corps".
Eu não estou aqui, evidentemente, para fazer a análise da maneira parcial, capciosa e infame como o jornalista escreveu esta notícia.
Eu quero aproveitar a oportunidade para tornar clara uma informação que vagamente, chegou aos meus ouvidos.
Constou-me que na sessão, de ontem, durante os àpartes trocados entro mim e o Sr. Francisco Cruz, e que tam infamemente foram relatados por êsse jornal, tinham sido pronunciadas frases ofensivas para mim, frases que eu não ouvi.
Com toda a serenidade própria de um homem, com a firmeza que me impõe o meu brio militar e com toda aquela fleugma que eu sei ter nos momentos mais difíceis da minha vida, e que têm atestado o meu nome, eu peço por intermédio de V. Ex.ª, Sr. Presidente, ao Sr. Francisco Cruz o favor de- dizer se pronunciou essas frases vagamente pronunciadas e com carácter ofensivo para a minha pessoa.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Francisco Cruz: — Peço a palavra para explicações.
O Sr. Presidente: — Eu não tenho forma de evitar que os jornais publiquem relatos menos verdadeiros sôbre, o que se passa na Câmara.
Nós constatamos o facto; lamentamos, mas temos de passar adiante.
Pela minha parte não vejo forma de evitar que se falte, à verdade.
Sôbre a parte que se refere ao Sr. Francisco Cruz, S. Ex.ª acaba de pedir a palavra para explicações.