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Diário da Câmara dos Deputados
Dito isto, eu desejo fazer à Câmara algumas considerações sôbre o capitulo 2.º das despesas extraordinárias.
Êste capítulo, inscreve uma verba de 40.000$ para as despesas que especifica.
Os serviços radiotelegráficos têm hoje o material necessário para o seu bom e eficaz funcionamento. O Orçamento vem dar-lhes elementos monetários para o complemento das instalações do pessoal, que tem um serviço árduo e constante junto aos respectivos aparelhos.
Mas nós temos também de atender às instalações dos aparelhos, e a verdade é que o Orçamento, nessa parte, não prevê as verbas que são indispensáveis para êsse fim.
Conscienciosamente, é certo que só se podem orçar as importâncias necessárias para essas instalações depois de cá estarem os aparelhos e todo o material. Antes disso seria fazer cálculos no ar e inscrever no Orçamento ou uma verba deminuta, que não chegaria para a sua conveniente instalação, ou uma verba exagerada, o que seria para lamentar, atendendo ao estado precário dag finanças publicas.
Assim, o Orçamento, prevendo a verba estritamente necessária para a completa instalação do pessoal, não pode fazer a mesma previsão relativamente à instalação do material.
Foi por isso que eu mandei para a Mesa uma proposta, que não pôde ser aceita em virtude da lei-travão, pedindo 200.000$ para a instalação do material. Não renovo essa proposta neste momento porque sei que o Sr. Ministro das Finanças, pessoa a quem eu nunca me canso de render a minha maior homenagem e que tem uma grande simpatia pela marinha, não estaria disposto a subscrever essa verba de 200.000£.
Mas porque eu tenho um critério diferente dalguns Srs. Deputados, que julgam que é inútil e desnecessário discutir os orçamentos; encarando-os apenas como um documento contabilista, aã passo que eu entendo que os orçamentos devem ser um elemento de estudo para lançar ideas acêrca do aperfeiçoamento dos vários serviços públicos, eu, embora com mágoa para êsses Srs. Deputados que porventura tenham muita pressa de regressar aos seus lares encantadores situados por
essas lindas províncias de Portugal, peço licença para não satisfazer de todo a sua vontade, e continuo a fazer o que a mim próprio me impus, que é expor à Câmara quais as necessidades da marinha, de guerra e as necessidades dos serviços marítimos que lhe estão entregues, que pesam no orçamento da mesma marinha, e terão de existir, embora não exista a armada.
Creio que provei cabalmente aos poucos Srs. Deputados que me deram a honra do ouvir-me, nas sessões anteriores, esta afirmativa. Mas devo lembrar neste momento que êsses 200.000$ eram absolutamente necessários, para que se não dêsse à nossa costa o nome de costa muda, como em outros tempos — e não vão muito distantes — se denominava cosia escara ou costa negra.
Mas, além desses serviços, o pôsto do Monsanto tem o material necessário, que consta de jugus de cronometres absolutamente idênticos, pois que são do mesmo autor, aos que funcionam na Torre Eiffel, para lançar ao mar à hora exacta e precisa.
Também, uma vez pôr dia, lança ao mar com a máxima precisão, em comparação com outros observatórios, a hora exacta do Observatório da Tapada da Ajuda, que é, sem favor, considerada uma das melhores horas da Europa. —
O pôsto de Monsanto tem também aparelhos do recepção, automáticos e do alta velocidade, de maneira que com facilidade pode transmitir de uma forma precisa, segura e completa as observações meteorológicas, para que sejam elaboradas as cartas meteorológicas que hoje já só fazem nos serviços do marinha, cartas completas da, Europa, norte da América e norte da África.
Exactamente devido a essas cartas, é que se evitaram 75 por cento dos naufrágios na costa de Marrocos.
Também possuímos os postos radiotelegráficos.
Devo dizer que êste ponto também interessa àqueles países que têm um são critério e por isso ligam o máximo interêsse às cousas e fenómenos de ordem económica, porque e uma parte que interessa à nossa indústria.
O pôsto radio telegráfico do Monsanto, com os aparelhos que estão prestes a for-