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Sessão de 22 de Maio de 1923
Porque houve descuido dos parlamentos da República, porque houve desmazêlo dos Govêrnos da República em não terem efectivado aquele programa mínimo preconizado pela grande comissão de defesa nacional de 1911. Se êsse programa se tivesse efectivado, outra e de grande importância seria a nossa posição perante o grande conflito mundial e bastante mais remuneradora seriam as vantagens que poderíamos ter tirado da nossa entrada nesse conflito.
E reparo V. Ex.ª u, Sr. Presidente, que é um ilustre oficial do exército que o disse, que se nós tivéssemos efectivado êsse programa mínimo do defesa nacional, que consistia em 6 cruzadores, sendo 2 de batalha ou de linha, e 12 contratorpedeiros, quanto nós teríamos lucrado com essas construções e quam diferente, repito, seria a nossa posição na Grande Guerra!
Se tivéssemos êsses navios, poderíamos ter colocado dois cruzadores na. nossa base do Oceano Índico, que seria a província de Moçambique, e dessa forma muito maior importância daríamos à nossa acção na guerra, porque nos seria fácil ter metido no fundo o cruzador germânico Konigberg, quando êle apareceu no princípio d a guerra no mar Índico, em Darsalaam o no fim em Zanzibar.
Assim podíamos ter evitado que as peças dêsse cruzador fossem servirias tropas germânicas que estavam em África e que nos deram depois — permita-me V. Ex.ª a expressão — «água pela barba", assim como às tropas inglesas e sul-africanas.
O Sr. general Sonsa Rosa, que por minha felicidade preside a esta sessão, é o testemunho mais eloqüente do que foi essa árdua campanha.
S. Ex.ª sabe bem que se essas tropas germânicas não tivessem essas peças do cruzador, seriam forçadas à impotência mais ràpidamente.
Veja V. Ex.ª, Sr. Presidente, com que prestígio poderia Portugal ter defendido essas terras, onde largas páginas de heroísmo foram traçadas pela espada dos nossos soldados do exército e pelo sabre dos nossos marinheiros da antiguidade, onde as nossas naus, combatendo com outras em número muito superior, ficaram sempre triunfantes, e em que fica bem agora recordar essa figura gloriosa de D. Afonso de Almeida, que em 1505 impôs pela sua bravura o respeito à bandeira portuguesa à custa do todos os perigos.
Mas, Sr. Presidente, se isto se passava no mar Índico, no Atlântico nós tínhamos uma missão importantíssima.
Em Julho de 1915, poucos meses depois da guerra, ainda o cruzador germânico Kari Su se encontrava em Havana, e um mês depois aparecia nas Bermudas.
E para o ir combater foi preciso irem dois cruzadores ingleses em direcção às Bermudas.
E V. Ex.ª, Sr. Presidente e a Câmara devem saber que êsse cruzador tinha uma artilharia de 101 milímetros, em-quanto que os nossos podiam ter uma artilharia de 150 milímetros e, portanto, nós teríamos poder militar bastante para impormos respeito a êsse cruzador.
Mas, Sr. Presidente, é preciso não esquecermos que entrámos na guerra por sermos aliados da Inglaterra, dessa Inglaterra que entrou na acção dos Dardenelos, e que apesar de estar debaixo da direcção do almirante Kardea, que tanto se distinguiu no comando, nada conseguiu.
Essas unidades não conseguiram vencer as dificuldades opostas, porque não eram as apropriadas para uma acção de bombardeamento.
Como aliados da Inglaterra, poderíamos ter mandado para os Dardanelos dois cruzadores.
Em operações do bombardeamento, a influência dos ângulos de queda é uma cousa essencial. Só o não reconhece quem ignore os princípios elementares de artilharia o balística.
Na situação privilegiada em que nos encontrámos na Grande Guerra, pouco fizemos, porque não tínhamos as unidades preconizadas no programa naval de 1911.
Ainda assim, os navios que levaram os nossos soldados a combater nas linhas da Flandres, tendo de atravessar uma zona perigosa e minada, foram de tal modo comboiados que nenhum foi ao fundo, o que não quero, dizer que alguns torpedos não fossem lançados contra êsses navios.
Com que abnegação isso se fez!
Quando os navios que comboiavam os paquetes que levavam os nossos solda-