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Diário da Câmara dos Deputados
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Leite Pereira): — Creia S. Ex.ª que lhe é absolutamente indispensável.
O Orador: — Mas dantes os directores gerais eram muito mais modestos, faziam-se transportar num carro americano.
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Leite Pereira): — V. Ex.ª sabe que ainda não há eléctricos para todos os pontos, e mesmo para alguns bastante afastados, como, por exemplo, Bemfica.
Assim, quando êsse funcionário tivesse que aí ir, seria obrigado a deixar a sua repartição duas horas antes.
Além disso, o Sr. Director Geral, Gonçalves Teixeira,está constantemente a precisar de tratar de assuntos no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que fica longe do centro da cidade.
O Orador: — Achava preferível que se estabelecesse uma verba para transporte desse funcionário, quando êle necessitasse de ir a qualquer ponto afastado.
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Leite Pereira): — Estou perfeitamente de acôrdo em que se estabeleça uma verba para despesas de representação, mas entendo que êsse critério devia aplicar-se a todos os Ministérios.
O Orador: — Sem dúvida. O que estou a dizer com relação ao Ministério dí-lo-ia também relativamente a qualquer outro Ministério, se acaso o estivesse discutindo.
S. Ex.ª deve lembrar-se que êste lado da Câmara bastantes vezes, requereu que se discutisse esta questão dos automóveis.
Parecia-me, portanto que esta verba dos automóveis devia ser eliminada.
Gostaria também que, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros ou o Sr. relator me dissessem só, na verdade, não se podia fazer a relação da verba para professores de línguas e história.
Desejaria, igualmente ser informado de qual o número de alunos...
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Leite Pereira): — Têm todos alunos.
O Orador: — Eu posso contar um caso que se deu no meu tempo de estudante.
Havia um professor que gostava muito de ter divisões de turmas, chegando ao ponto de pôr em cada turma dois ou três alunos, isto só para que houvesse grande número de turmas.
Da mesma forma se pode agora arranjar um ou dois alunos para essas aulas, simplesmente para se justificar esta despesa.
Tudo isto são cousas a que me parece indispensável atender e que nas circunstâncias actuais do País não se podem de maneira alguma manter.
Se não fôsse Ministro dos Negócios Estrangeiros o Sr. Domingos Pereira insistiria mais...
O Sr. Presidente: — Previno V. Ex.ª de que tem apenas três minutos para concluir as suas considerações.
O Orador: — Se não fôsse S. Ex.ª o Ministro dos Negócios Estrangeiros, repito, havia de insistir mais nestes factos, mas, confesso, nós dêste lado da Câmara, se bem que não esqueçamos nunca os nossos deveres de Deputados, não podemos também esquecer as velhas relações de estima e de consideração pessoal que temos pelo Sr. Domingos Pereira.
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Leite Pereira): — O que não deve impedir que V. Ex.ª faça as considerações que entender.
O Orador: — Não podia contudo deixar de expor êstes pontos de vista, ficando ao critério de S. Ex.ª dizer se pode ou não reduzir estas verbas.
Nós estamos convencidos de que elas podem ser reduzidas.
Pôsto isto, Sr. Presidente, e como a hora vai adiantada dou por findas as minhas considerações.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.