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Diário da Câmara dos Deputados
Antes da ordem do dia
O Sr. Ferreira de Mira: — Volta, aos trabalhos parlamentares o Partido Nacionalista.
Resolveu ontem o seu directório tal deliberação, que se tornou pública pelos jornais.
Tínhamo-nos afastado da Câmara por uma questão de princípios, e como a êsses princípios foi dada satisfação, voltamos à Câmara.
Quanto a qualquer incidente que durante êste conflito se produziu, isso nada influía para um partido vir aqui ou não; mas na questão de princípios o Partido Nacionalista não podia ceder.
São os princípios que dignificam os homens e os partidos (Apoiados), e um partido perderia a estima do País e a sua própria estima se assim não procedesse.
Apoiados,
Sr. Presidente: seria extemporâneo neste momento analisar mais uma vez o que foi êsse conflito parlamentar.
Eu podia fazer referência a agradecimentos e a censuras, mas estas não me parece que devam ter lugar (Apoiados); quanto aos agradecimentos, eu entendo dever manifestar a todos os parlamentares que dentro ou fora desta casa tiveram palavras amáveis para o Partido Nacionalista, principalmente para o Sr. Fausto de Figueiredo.
Apoiados.
Sr. Presidente: eu lamento que êste conflito há mais tempo se não tivesse sanado; mas é preciso ver que um partido político tem a sua unidade e procede como um só homem (Apoiados); e assim, quando foi determinado não vir aqui, não viemos, e quando foi determinado vir, voltamos todos e aqui estamos.
Apoiados.
A nossa ausência dos trabalhos da Câmara foi motivada por uma questão de princípios, repito, e diremos agora que exerceremos a nossa oposição em todos os actos, salvo os de ordem pública ou em questões internacionais.
Mas feita esta declaração, devemos dizer que nos reservamos o direito de assim julgar êsses actos, pois não é por qualquer pessoa do partido assim o julgar e que venha dizer que é para bem da Pátria ou da República; nós temos a capacidade de inteligência suficiente para vermos onde está o bem da Pátria e da República.
Nós mantemos a nossa maior independência do acção e de crítica, e lamentamos que o Partido Democrático neste ano e meio que tem estado no poder não resolvesse questões de interêsse público.
Nestas breves explicações, não abordo o debate político. O meu partido o fará oportunamente (Apoiados), e por ora apenas nos cumpre afirmar a nossa liberdade de procedimento, na certeza de que essa liberdade ira até ao ponto de ser sempre favorável aos interêsses do País.
Sr. Presidente: devia esta explicação a V. Ex.ª e à Câmara, em nome do meu partido, afirmando que êle não desmentirá o seu procedimento.
Vozes: — Muito bem.
Apoiados.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, nestes termos, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Sr. Presidente: V. Ex.ª o a Câmara certamente se hão-de admirar da minha ousadia em usar já da palavra, mas pelos princípios de paz, de harmonia e de conciliação de que se trata parece-me que poderei continuar a usar da palavra.
Disse o ilustre sub-leader nacionalista, falando em nome do seu agrupamento, de que não era esta a hora própria para censuras, mas sim para cumprimentos e para palavras de conciliação.
Não sei se interpreto bem o pensamento do ilustre sub-leader do Partido Nacionalista, mas parece ter sido êste o intuito da sua exposição.
Estou certo de que as palavras de agradecimento atingem os representantes da minoria católica, os quais têm o prazer de verem voltar à actividade parlamentar os elementos do Partido Nacionalista, pois foi com pena e desgosto que nós vimos S. Ex.ªs afastarem-se desta Câmara pessoas que se ocupam dos assuntos, tendo em vista os altos interêsses do País.
Não é agora a hora própria para se discutir o conflito, nem me compete fazê-lo; o que eu desejo, e todos nós certa-