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Sessão de 22 de Junho de 1923
mente, é que com a solução do conflito se entre numa nova era de actividade parlamentar proveitosa para o País, e que desta reconciliação resulte o seu prestígio.
São êstes os desejos sinceros da minoria católica.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestas condições, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Morais Carvalho: — Sr. Presidente: cabe-me a grata tarefa de, em nome da minoria monárquica, saudar os nossos ilustres colegas da minoria nacionalista que hoje, felizmente, regressam aos trabalhos parlamentares. Congratula-mo nos pelo. seu regresso, e, se nos fôsse possível especializar, salientaríamos o Sr. Sá Cardoso, Presidente desta Câmara. Estas palavras são proferidas sem o mais leve desprimor para V. Ex.ª, Sr. Presidente, nem para qualquer dos nossos colegas que no impedimento de S. Ex.ª ocuparam êsse lugar, pois todos desempenham a sua missão com aquela imparcialidade, que é a primeira de todas as qualidades exigidas no desempenho dessa alta magistratura.
Tanto mais à vontade nós, Deputados monárquicos, nos congratulamos com o regresso a esta Câmara dos Deputados nacionalistas, quanto é certo que na questão de princípios, a que há pouco se referiu o Sr. Ferreira de Mira, nós estávamos inteiramente ao lado de S. Ex.ª, não concordando com as alterações que se introduziram no Regimento, pois que o nosso sub-leader, Sr. Carvalho da Silva, — que por motivos muito imperiosos não pode assistir à sessão -, se opôs sempre que as votações se fizessem sem haver número, pois não queríamos colaborar com aquilo que, como S. Ex.ª, nós reputávamos ilegal.
Feitas estas simples declarações, nada mais tenho a dizer senão que aceitem com sinceridade as nossas felicitações por os ver de novo nesta casa do Parlamento.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Leote do Rêgo: — Sr. Presidente: tendo passado a minha vida quási toda no mar, estou habituado ao silêncio, e tenho grande aversão aos toques de sineta muito precipitados que a bordo são sinal de fogo.
Eu estou muito satisfeito por ver que os meus nervos não tem mais que se irritar de ouvir todos os dias e todas as horas o carrilhão da presidência chamar os Srs. Deputados aos seus lugares, deixando também de haver a necessidade de os Srs. Ministros de andarem numa quási permanente correria do Senado para esta Câmara e desta Câmara para o Senado, a fim de fazerem número para quaisquer votações.
Regosijo-mo, sinceramente, por ver que a soberania nacional, que se encontrava casa, servindo-lhe eu e os meus colegas independentes de muleta, volta à plenitude, do seu exercício, como é mister, dada a importância do grande número de assuntos que há para discutir.
Foi do lado dos Deputados independentes que partiu a iniciativa de variadas démarches para que o conflito criado pela saída do Parlamento dos Deputados nacionalistas fôsse solucionado.
Foi da iniciativa, em primeiro lugar, do nosso ilustre colega Sr. Agatão Lança, que é ainda — S. Ex.ª me perdoará que eu assim fale — quási uma criança, mu s que tem o altivo brio dos velhos portugueses, a resolução do Sr. Presidente desta Câmara ficar encarregado de liquidar o conflito. Não se logrou qualquer êxito por êsse processo, mas isso não lhe tirou ânimo para novas démarches.
Também eu, ingenuamente, tentei fazer a conciliação, aproveitando o dia 14 de Maio para lançar em público um apelo a todos os meus ilustres colegas nesta Câmara para que aqui viessem associar-se à comemoração dos que pela República morreram no movimento dêsse dia de 1915, e, porventura, depois continuarem a vir para se desempenharem da sua missão, justamente nesse dia eu fui rijamente metralhado pelo Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Mas eu não desanimei, não deixando de continuar a contribuir para que o conflito desaparecesse.
Finalmente êsse conflito desapareceu, e agora o caminho é para a frente, pois muitos são e graves os assuntos que há