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Diário da Câmara dos Deputados
da Guerra está inscrita a importância de 50. 000$ para auxílio ao Montepio dos Sargentos (artigo 50.º, p. 77).
À Comissão de Orçamento não deixou de merecer reparo o grande número de hospitais. militares, sendo dois de 1.ª classe, seis de 2.ª classe e vinte e sete de 3.ª classe, não lhe sendo possível, no curto espaço de tempo que nos foi consentido, averiguar qual o movimento hospitalar de cada hospital e que justificaria a sua classificação ou a proposta de mudança de classe.
A verba de 1:700. 000$ para o fundo de tratamento hospitalar (artigo 11.º, p. 41), dá-vos idea bem nítida das medidas que uma boa administração do complexo departamento da guerra deverá tomar para reduzir as despesas orçamentais e atender aos. valores económicos, que depauperam a Nação.
Após a Lei Orgânica do Exército de 1911 foram organizados alguns serviços, cuja existência é perfeitamente justificável e que exigem mesmo mais largo desenvolvimento, adoptando, no emtanto, os processos mais económicos.
Assim, o Serviço Aeronáutico Militar despende, com a sua actual e deficiente organização, que não satisfaz às exigências de defesa nacional 3:797. 244$57 (artigos 12.º e 30.º).
É bem conhecida a luta para o domínio aéreo que vai travada entre os dois grandes Estados do Canal da Mancha e as preocupações dos seus dirigentes. A aviação e a aerostação, muito principalmente a primeira, adquiriram imprevisto desenvolvimento durante a Grande Guerra e, já depois do armistício, se têm realizado notáveis progressos técnicos, tendo Portugal a enorme honra de deixar na história da navegação aérea, como já o fizera na história marítima, um lugar de destaque. Um ilustre oficial francês, o general Hirschauer, distinto parlamentar, afirmou concisamente, parafraseando o aforismo clássico: si vis pacem, serva caelum. É indispensável guardar o nosso Ar e a vossa Comissão de Orçamento, permite-se chamar a atenção para o problema da aviação comercial, que tem já a Europa atravessada de rápidas estradas e tenta com êxito não só as grandes estradas africanas e americanas, mas as estradas intercontinentais; a mais extensa até hoje conseguida com êxito é a luminosa estrada Lisboa-Rio de Janeiro. Só pela criação da aviação comercial poderemos dar desenvolvimento à nossa rudimentar aviação, militar e naval.
A aeronáutica necessita ser não só uma quinta arma, mas um novo meio de acção que compreenda no seu conjunto a defesa das fronteiras terrestres e marítimas.
O Serviço Automóvel Militar consome a verba inscrita de 356. 035$48 (artigos 4.º e 24.º). É conhecida a opinião de alguns ilustres Deputados sôbre êste serviço. É serviço indispensável num exército moderno, mas necessita ser profundamente remodelado e a Comissão de Orçamento, não vos propondo a supressão da verba de 175. 685$48, artigo 24.º, p. 64, respeitante ao Parque Automóvel Militar, confia que o Poder Executivo adoptará a solução que melhor defenda os interêsses do Estado, referentes ao activo do mesmo Parque Automóvel Militar e à sua transformação, trazendo à Câmara dos Deputados a necessária proposta de lei, se os projectos de lei pendentes no Congresso não satisfazem convenientemente nos seus detalhes, para serem convertidos em lei.
Os Serviços Gráficos do Exército estão inscritos com 10. 120$ (artigos 12.º e 30.º), mas, além destas verbas, existe a importante verba de 32. 000$ (artigo 30.º) para pagamento à Imprensa Nacional. Junto dos Serviços Gráficos do Exército há a secção de fotografia e cinematografia, que presta bons serviços, mas é uma duplicação do gabinete fotográfico existente no Estado Maior do Exército (artigo 3.º). Além da inutilidade dêstes serviços, a sua criação feita ao abrigo do artigo 230.º do decreto de 25 de Maio é ilegal (decreto n.º 5:955, de 28 de Julho de 1919). Exércitos com maiores possibilidades, como o francês e o italiano, não têm serviços gráficos próprios, mas dispõem dos conhecidos livreiros militares editores e no exército espanhol,