O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1923
Sessão de 17 de Julho de
que, felizmente para mim, foi sentar-se naquele lugar o Sr. Rocha Saraiva que, depois de lhe pedir quási de joelhos que se dêsse por habilitado, anuiu ao meu desejo.
E um belo rapaz, um excelente carácter, mas se S. Ex.ª não tivesse outras qualidades que o recomendassem, e tem-nas, bastava a de ser honesto e leal para se impor.
Essa justiça não lha recuso.
Não é contra S. Ex.ª que eu realizo a minha interpelação.
Sr. Presidente: os factos passaram-se pela forma que a Câmara vai ouvir.
Por minha infelicidade, fui pelo Sr. Lima Duque nomeado director geral dos hospitais, em comissão extraordinária e gratuita.
Não o digo para que me agradeçam, porque eu posso fazer todas as tolices que quiser e essa foi uma das maiores da minha vida.
Tive porém nesse lugar que defrontar-me com uma situação tremenda, como o Sr. Carlos Pereira nem sequer avalia, e foi por tal motivo que ontem disse que S. Ex.ª não sabe nada disto.
S. Ex.ª que veio aqui por insinuação de quem quer que seja — perdoe-me o meu ilustre colega — disse absolutas tolices que não devia ter dito nesta sala.
Sr. Presidente: encontrei-me dentro dos hospitais e não havia director do banco.
Na minha frente tinha a lei n.º 4:563.
E o que é que diz essa lei, que é taxativa e está em vigor?
E lei de Sidónio, mas seja de quem fôr, é do país, porque a República, a velha, a manteve e a mantém.
Diz a lei n.º 4:563 que o director dos hospitais não o pode ser sem que tenha sido eleito pelo corpo clínico.
Fui durante um ano director interino e em comissão gratuita.
Estava certo, mas outro director remunerado, fora da lei, não sei o que é.
Havia da parte do Sr. Ministro do Trabalho a indeclinável obrigação de fazer cumprir a lei, boa ou má, ou trazer ao Parlamento uma lei de circunstância que modificasse aquela.
Nem a trouxe o Sr. Vasco Borges, que é uma pessoa muito inteligente, mas insciente em assuntos de assistência, nem a trouxe o actual Ministro.
Q actual Sr. Ministro do Trabalho limitou-se apenas a continuar a situação anterior, que é verdadeiramente angustiosa para os hospitais, e eu vou provar que o é.
Como disse, não tinha director de banco.
As razões podem V. Ex.ªs preguntá-las.
O nome a que me vou referir — o do Sr. Azevedo Gomes — por já aqui ter sido pronunciado pelo Sr. Carlos Pereira...
O Sr. Carlos Pereira: — Foi V. Ex.ª que me pediu para o pronunciar.
O Orador: — Acho que V. Ex.ª fez muito bem.
Quando eu entrei para a direcção chamei o Sr. Azevedo Gomes ao meu consultório e pedi-lhe para aceitar a direcção do Banco. O Sr. Azevedo Gomes foi nomeado.
Sr. Presidente; eu não sei se está presente o Sr. José Domingues dos Santos, Ministro do Trabalho ao tempo. Se estivesse presente. S. Ex.ª viria em meu auxílio.
O Sr. José Domingues dos Santos foi um dos melhores Ministros do Trabalho que têm passado por aquelas cadeiras.
Não tínhamos o deficit hospitalar e aqui eu presto a minha maior homenagem ao Sr. José Domingues dos Santos, homenagem prestada do coração, alma e cérebro, apesar de adversário político de S. Ex.ª
O Sr. Azevedo Gomes foi por mim nomeado director do Banco e eu não lhe pedi outra cousa senão a sua leal cooperação.
O director do hospital fez tudo quanto pôde para remediar a situação deficitária dos hospitais.
Depois recebi reclamações dos Srs. D rs. Gentil, Monjardino, Cruz, Ricardo e muitos outros.
Eu vou contar à Câmara um caso que se passou no Hospital de S. José.
Havia uma enfermeira que era obrigada a passar as guias de roupa suja, para o que tinha de indicar a tinta encarnada o numero de peças que iam para lavar. Um dia foi apanhada a falsificar essas guias.
Essa mulher, Sr. Presidente, tinha falsificado quatro guias, tendo confessado o