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Diário da Câmara dos Deputados
que se avistou com o Sr. Sá Cardoso porque afazeres inadiáveis mo impediram.
Vejo, porém, que S. Ex.ª continua no propósito firme de hão voltar a ocupar o logar de Presidente que tam justa e dignamente tem desempenhado.
S. Ex.ª para mim é uma pessoa especial, é um velho companheiro desde os primeiros tempos e que à República tem prestado os maiores serviços.
S. Ex.ª sai por um melindre justificado, mas nós temos o direito de discordar de S. Ex.ª
Não falo por mim, porque nunca tive momentos de exaltação; não quero, porém, dizer que os não tenha amanhã; mas julgo-me no direito de pedir ao Sr. Sá Cardoso que não abandone a Presidência desta Câmara, pela sua alta personalidade e pelos seus dotes de inteligência e carácter.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro do Trabalho (Rocha Saraiva): — Pedi a palavra para me associar em nome do Govêrno, ajusta homenagem prestada por todos os lados da Câmara às altas qualidades do Sr. Sá Cardoso.
Na verdade as qualidades de S. Ex.ª, a sua correcção, o seu talento, o seu republicanismo, merecem a maior das considerações.
Apoiados.
Associando-me, portanto, com todo o prazer à homenagem de todos os lados da Câmara, lamento sinceramente que S. Ex.ª mantenha a recusa para continuar no exercício do lugar de Presidente da Câmara, onde tam distintamente se houve e onde tanto contribuiu para aquela necessária harmonia que deve existir entre o poder que S. Ex.ª aqui representa, e o Poder Executivo.
Apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Tendo comparecido mais tarde, não estava ainda nesta casa do Parlamento quando foi prestada a homenagem ao Sr. Sá Cardoso, em que S. Ex.ª declarou que não voltava a ocupar a presidência da Câmara, de que desistiu por ocasião do incidente — que todos profundamente lamentam.
Apoiados.
Em nome da minoria católica direi que, se porventura a resolução do Sr. Presidente da Câmara fôr por diante e se mantiver, muito a sentiremos.
Apoiados.
E direi com a máxima franqueza, as razões desta minha afirmação.
Em primeiro lugar, a minoria católica, reconhece no Sr. Sá Cardoso aquelas qualidades de imparcialidade, de inteligência e de bom senso que o impunham, para o lugar que até agora brilhantemente tem desempenhado.
A resolução de S. Ex.ª, perante o acto lamentável que o obrigou a descer daquela cadeira, só podia ser ou porque S. Ex.ª se sentia ferido pessoalmente, ou porque se sentia ferido na qualidade de Presidente desta Câmara e de representante de todos nós.
Eu creio que nenhuma destas razões pode subsistir.
Quanto à segunda razão, isto é o facto de S. Ex.ª se ter dado por ofendido por encontrar, no momento em que se viu obrigado a descer daquela cadeira, uma ofensa às suas qualidades de representante de todos nós, V. Ex.ª compreende que neste caso todos os que não tivemos parte nesse incidente nos devíamos sentir também melindrados e então as razões que subsistiam para S. Ex.ª subsistiam para todos nós.
Creio que houve da parte dos elementos que tomaram parte neste incidente uma atitude explicável por uma exaltação de momento.
E porque assim o creio, e porque assim o sinto, sem discutir se essa atitude foi boa ou má, se foi justa, ou injusta, se é ou não defensável, julgo poder afirmar que ela hão ofendeu as qualidades pessoais e a honorabilidade pessoal de S. Ex.ª ar como Presidente desta Câmara.
Assim não há razão aceitável para que S. Ex.ª não continue a ocupar o lugar que tem ocupado até hoje, e que com a mesma distinção pode continuar a ocupar.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.