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Sessão de 24 de Julho de 1923
O Sr. Pedro Pita: — Sr. Presidente: disse em nome do partido a que pertenço o Sr. Cunha Leal, e disse muito bem, que partia de um equívoco a resolução do Sr. Sá Cardoso, ao abandonar a Presidência da Câmara.
Tive ocasião de afirmar no dia seguinte àquele em que se deu o incidente que ocasionou o abandono da presidência que tínhamos muita consideração por S. Ex.ª, sobretudo que não podia haver da nossa parte qualquer intuito de o melindrar, e por essa razão esperava que modificasse a atitude que havia tido na véspera, procurando dar a S. Ex.ª maior prova da nossa consideração e estima, e, em harmonia com a nossa atitude, por completo aceitávamos o resultado da votação, qualquer que fôsse.
Creio que da parte do Sr. Sá Cardoso não houve e creio que não podia haver qualquer dúvida de que a atitude por nós tomada podia ter para com S. Ex.ª qualquer significado. Nesta explicação encontrava a prova cabal, dada publicamente, de que tal se não dava.
Sobretudo depois da manifestação feita por todos os lados da Câmara é para mim obrigação reivindicar, como não posso deixar de o fazer, a responsabilidade principal nesse incidente.
Ficaria mal com a minha consciência, se não afirmasse mais uma vez perante a Câmara que nunca podia haver da parte daqueles que intervieram qualquer atitude que represente para o Sr. Sá Cardoso qualquer cousa que fôsse imerecida e ambígua.
Bastava para S. Ex.ª a minha muita consideração e grande amizade que sempre tenho provado a S. Ex.ª para não ver na minha atitude qualquer melindre.
Sr. Presidente: não posso deixar de salientar a V. Ex.ª a minha mágoa por ver que uma alteração de momento fôsse interpretada pela presidência da Câmara como menos consideração ou estima por parte dalguns membros da Câmara. S. Ex.ª já deve estar acostumado a lutas políticas e portanto devia ver que não houve intuito algum de ofensa.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Sá Cardoso: — Sr. Presidente: ainda que se não queira há sempre em nós um sentimento de vaidade e eu neste momento sinto-me orgulhoso por esta manifestação feita por todos os lados e sinto-me apoucado e quási com dificuldade em me exprimir, pois estava longe de, ao pedir a palavra para explicações, para agradecer à Câmara, se fizesse esta manifestação, pois nem me passava pela cabeça tal cousa.
Entre os parlamentares que falaram alguns houve que salientaram o facto de eu me poder ter melindrado por supor um agravo pessoal; creiam S. Ex.ªs que nunca me passou pela cabeça semelhante -. cousa.
Eu voltei muito contrariado à presidência da Câmara quando. foi do incidente com o Partido Nacionalista. Cedi, mas foi muito contrafeito, pois receava não poder desempenhar bem o meu lugar, (Não apoiados) e os factos vieram ainda agravar mais a minha responsabilidade e êste incidente colocou-me numa situação de não poder continuar na Presidência, Agradeço muito à Câmara, mas peço a V. Ex.ªs que me relevem eu ficar aqui ao lado de V. Ex.ªs, que é muito mais agradável do que muito lá de cima.
O Sr. Sá Pereira: — Mando para a Mesa um projecto, para o qual peço urgência.
Foi aprovada.
O Sr. Fernando Freiria: — Requeiro a V. Ex.ª que se me reservei a palavra para quando estiver presente o Sr. Presidente do Ministério.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Sr. Presidente: protesto contra semelhante deliberação, pois vamos prejudicar um assunto importante que está dado para ordem do dia. Protesto se a Câmara aprovar.
Foi aprovado o requerimento do Sr. Freiria.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Requeiro a contraprova.
Foi novamente aprovado.
O Sr. Abílio Marçal: — Peço a V. Ex.ª se digne consultar a Câmara sôbre se permite que amanhã, durante os trabalhos parlamentares, reüna a comissão inter-parlamentar do comércio.
Foi aprovado.