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Diário da Câmara dos Deputados
O Sr. Vitorino Guimarães: — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar, em nome da representação parlamentar do Partido Republicano Português, que é com verdadeiro pesar que tivemos conhecimento da resolução tomada pelo Sr. Plínio Silva, porque, sejam quais forem as divergências de ordem política que possam, porventura, existir entre S. Ex.ª e vários Deputados desta Câmara, o que nenhum com certeza lhe pode deixar de reconhecer é a sua dignidade do carácter e a sua grande dedicação pela Pátria e pela República.
Sr. Presidente: é bastante ingrata a minha situação neste momento, porque o Sr. Plínio Silva não expõe os motivos que o levaram a tomar semelhante resolução; e eu, apesar de ser correligionário de S. Ex.ª, desconheço-os em absoluto.
Porém, como de maneira nenhuma desejamos ficar privados da assistência de S. Ex.ª, proponho que a Mesa fique encarregada de procurar S. Ex.ª e com êle insista para que não mantenha êsse propósito, prestando assim mais um serviço à República, que não pode dispensar o auxílio que lhe prestam homens que têm. o carácter e dignidade do Sr. Plínio Silva.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Américo Olavo: — Sr. Presidente: foi com surpresa que ouvi a comunicação que V. Ex.ª acabou de fazer à Câmara.
Tenho muita consideração pelo Sr. Plínio Silva, mas o que me parece é que a questão está deslocada.
S. Ex.ª é um Deputado, e portanto não pode ausentar-se desta Câmara sem explicar os motivos por que o faz.
Se S. Ex.ª tem algum embaraço na sua vida de administrador dos Caminhos de Ferro, peça a demissão dêsse lugar.
Se S. Ex.ª tem alguma questão adentro do seu organismo partidário, desligue-se dele. Mas V. Ex.ª vir comunicar-nos que o Sr. Plínio Silva quere ir-se embora, perdoe-me V. Ex.ª, mas acho uma falta, de consideração.
Parece-me que, antes das démarches que o Sr. Vitorino Guimarães propôs, a Mesa deve informar-se junto do Sr. Plínio Silva de quais as razões do seu pedido de renúncia, para a Câmara então tomar qualquer deliberação.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: pedi a palavra para, em nome da minoria nacionalista, me associar à proposta que foi feita no sentido de ser nomeada uma comissão para conseguir demover o Sr. Plínio Silva dos seus propósitos.
Faço isto, tanto mais que S. Ex.ª declara que apresenta o seu pedido de renúncia porque quero ser português; e por mim considero que entre as qualidades de português e Deputado não há incompatibilidade alguma.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente: a doutrina exposta pelo Sr. Américo Olavo parece-me ser a única de aceitar.
O Sr. Plínio Silva tem sabido honrar o seu lugar. É um alto funcionário da República e uma figura de destaque no seu partido; e não consta a ninguém que êle tenha perdido a confiança dos seus correligionários.
É também de estranhar que o Sr. Plínio Silva, com as qualidades superiores que são seu apanágio, diga que quere deixar de ser Deputado porque quere ser português.
O Sr. Presidente: — O Sr. Plínio Silva não diz que quere renunciar para ser português. Diz que quere renunciar para ser «apenas» português.
O Orador: — V. Ex.ª compreende que o «apenas» só serve para comprometer ainda mais a afirmação de'S. Ex.ª
Entendo, pois, que V. Ex.ª deve procurar o Sr. Plínio Silva e expor-lhe as razões por que não pode ser aceita a sua carta.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados que, se fizeram alguma proposta, a concretizem.
O Sr. Vitorino Guimarães: — Eu propus que S. Ex.ª procurasse, o Sr. Plínio Silva