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Sessão de 24 de Outubro de 1923
clamava documentos sôbre os assuntos mais insignificantes, se passados 2 ou 3 dias êles não aparecessem, os seus protestos eram diários e violentos, e lançava-se logo sôbre os homens da monarquia a insinuação de que queriam ocultar os factos.
Ora vou mostrar à Câmara o que tem acontecido com a minoria monárquica desde Fevereiro de 1922, relativamente aos documentos pedidos.
Em 27 de Março de 1922, requeri que me fôsse fornecida nota discriminada do destino das mercadorias dos navios alemães, documentação da sua venda e destino do dinheiro.
Até hoje não recebi senão a nota das mercadorias do navio austríaco que foi apreendido nos Açores. Quanto aos 71 restantes navios, não recebi nada!
No dia 8 de Maio de 1922, requisitei que pelo Ministério, da Guerra me fôsse fornecida cópia do processo de sindicância, levada a efeito contra o coronel Nobre da Veiga, por crimes comuns graves praticados quando comandante dos presídios da Trafaria e do Funchal.
Nada recebi, e fui informado de que o processo foi roubado!
No dia 11 de Dezembro de 1922, pedi a esta casa do Congresso que me fôsse enviada cópia de processo relativo ao primeiro oficial Eusébio Palmeirim.
Até ao presente não recebi nada, e, neste caso, a culpa é da Mesa.
No dia 21 de Julho de 1922 pedi que, pelo Ministério dos Estrangeiros, me fôsse fornecida nota dos abonos feitos a delegados. do Estado, desde a declaração da guerra.
Também nada recebi.
No dia 6 de Março de 1922, pedi que me fôsse enviada a documentação relativa aos Transportes Marítimos. Se quis vê-la, tive de ir consultá-la.
Em 19 do Maio do 1922 pedi a relação de todas as despesas feitas com a viagem do Alto Comissário de Angola, ao Congo, e todos os documentos da sua projectada viagem à Catanga.
Até hoje não recebi um único dêsses documentos.
No dia 1 de Julho de 1922 — vejam como as cousas mais mesquinhas são negadas — pedi a documentação relativa à admissão de uma professora da escola primária superior do Beja, e nem isso me foi remetido.
No dia 31 de Março de 1923 pedi a nota dos solípedes ao serviço da Presidência da República, e ainda não houve tempo de os contar.
No dia 22 de Julho de 1923 pedi a nota detalhada de todas as despesas de propaganda e publicidade, relativa ao famoso empréstimo rácico, que constitui uma das supremas glórias e uma das pedras angulares do prestígio da administração republicana; e até hoje ela ainda não me foi fornecida.
Há mais!
No dia 2 de Fevereiro de 1923 pedi á documentação relativa às despesas das viagens dos cruzadores República e Carvalho Araújo ao Brasil.
Recebi uma parte dessa documentação deficiente e incompleta e até hoje não me foi remetido o resto.
No dia 11 de Dezembro de 1922, pedi toda a documentação relativa à despesa com a viagem presidencial ao Brasil.
Não me foi remetido um único dêsses documentos, e isto com a agravante do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros ter declarado que não era possível nessa ocasião fazer a remessa dos documentos que eu pedia, porque ainda não estavam em ordem.
No dia 22 de Julho dêste ano pedi todos os relatórios do Sr. Afonso Costa acêrca das suas missões diplomáticas no estrangeiro e nomeadamente sôbre a Conferência da paz e até hoje não recebi um único dêsses relatórios.
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros declarou que existiam relatórios do Sr. Afonso Costa.
É necessário que o país os conheça o possa apreciar de que modo os interêsses de Portugal têm sido zelados no estrangeiro.
No dia 11 do Dezembro de 1922 pedi toda a documentação relativa à exposição do Rio do Janeiro, o não recebi um único dêsses documentos, tendo o Sr. Ministro do Comércio declarado que me negava o exame dos documentos no seu Ministério, sob o pretexto de estarem sujeitos a uma sindicância.
Esta sindicância já terminou, o até hoje não me foi remetido um único documento.
Vê-se que a razão alegada pelo Sr. Mi-