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Diário da Câmara dos Deputados
trás importantes, necessárias para o Govêrno alcançar os meios indispensáveis para a regularização da crise financeira, que é o único objectivo que êste Govêrno tem.
V. Ex.ªs compreendem que não posso tomar deliberações além das responsabilidades que tenho.
São estas as palavras que tenho a dirigir e as declarações que tenho a fazer. ao Sr. Cunha Leal.
O orador não reviu.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: é claro que, depois das declarações do Sr. Presidente do Ministério, toda a Câmara ficou percebendo tudo: ficámos percebendo, por exemplo, que uma das cousas que o Sr. Presidente do Ministério não faz é desejar o Poder.
Constatamos mais uma vez, pela sua declaração, que a habilidade do Govêrno é achar uma razão para declarar que tal acto o levará a ir-se embora.
Estou convencido, apesar da grande quantidade de estadistas desde Afonso Costa, de que se pede António Maria da Silva como as crianças pedem a Emulsão de Scott.
Acabamos do constatar as suas habilidades.
O Sr. Presidente do Ministério disse que não conhecia o assunto da pasta das Finanças.
Então o Sr. Presidente do Ministério não teve a curiosidade sequer de ir ao Ministério das Finanças, e reunir o Conselho de Ministros para se elucidar do que se passava?
Apoiados.
Isto é uma das muitas habilidades, abaixo da inteligência de S. Ex.ª, e que não contribui para dignificar o regime. Assim deminui o próprio Parlamento.
Mas pregunto à minha inteligência: é aceitável que o Sr. Presidente do Ministério não tenha imediatamente convocado o Conselho do Ministros para se pôr ao facto de tudo, para informar o Parlamento?
S. Ex.ª tem obrigação de responder.
Apoiados.
Não quere responder? Dispenso a sua resposta, mas não me dispenso de fazer um requerimento que vou dirigir a Mesa.
O orador não reviu.
O Sr. Francisco Cruz: — Não sei se valerá a pena continuar a pregar no deserto.
O Sr. Presidente do Ministério sabe que a situação do país é cada vez mais gravosa, e não responde às preguntas concretas feitas pelo Sr. Cunha Leal. Valeu-se das suas habilidades. Ladeia as questões e não responde concretamente.
É inacreditável que o Sr. Presidente do Ministério não tenha conhecimento dêstes assuntos.
O Sr. Presidente do Ministério, alijando ora um, ora outro Ministro, nem como homem é bom camarada. Já não é só no campo político, mas no campo pessoal, que S. Ex.ª não se porta bem.
Nestas condições, não merece a pena estar a fazer reclamações a um Govêrno que não providencia, mas quero ficar com a consciência tranquila chamando a atenção do Sr. Presidente do Ministério para o que se está passando com a lei da caça.
Essa lei tem sido rasgada várias vezes, quando só podia ser alterada pelo Parlamento.
As comissões concelhias têm feito tudo quanto tem querido, mas V. Ex.ª não deve dar ouvidos a essas reclamações.
O Sr. Presidente: — Deu a hora de se passar à ordem do dia.
O Orador: — Desejava chamar a atenção de V. Ex.ª para os vários pedidos de documentos que ainda não me chegaram às mãos, como, por exemplo, cópia do processo de concurso para as instalações das oficinas dos Caminhos da Ferro do Sul e Sueste.
Se fôr necessário, eu darei alguns escudos para a despesa do papel e para gratificar algum pessoal.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério (António Maria da Silva): — Tomei boa nota das reclamações de V. Ex.ª e irei providenciar.
Do que V. Ex.ª pode estar certo é de que vou estudar o assunto, e não terei dúvida alguma em emendar o êrro, se o houver.
Tenho dito.