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Diário da Câmara dos Deputados
nistro do Comércio foi um mero pretexto para evitar o exame dos documentos, não tendo dúvida, apesar da sindicância pendente, de vir ler O' relatório do Sr. Ricardo Severo, relativo à exposição do Rio do Janeiro.
Em 14 do Fevereiro de 192& pedi os documentos relativos à célebre escandaleira com a emissão dos selos comemorativos da viagem aérea ao Rio de Janeiro.
Ontem recebi apenas uma parte dêsses documentos.
Aqui estão os factos bem demonstrativos da tal luz que os Srs. republicanos constantemente apregoam, como indispensável para que o regime possa caminhar!
E negar aos próprios adversários o conhecimento dos mais rudimentares actos da administração do regime.
E, depois disto, ainda o Sr. Vasco Borges vem dizer-nos que o regime republicano, ao contrário do monárquico, procura, apurar os escândalos!
Sr. Presidente: o que parece impossível é que o país possa tolerar tantos roubos à custa de tantos sacrifícios; mas o que é certo é que uma vez caída a Republica o país não faz segunda experiência, ninguém fará nova tentativa, é uma experiência que só se faz uma vez, e os próprios republicanos honestos que não vivem à custa da República estão desgostosos.
Tou mandar três notas de interpelação para a Mesa, esperando já que os Srs. Ministros não se dêem por habilitados.
A primeira é uma interpelação ao Sr. Ministro do Comércio sôbre o contrato dos selos da travessia do Atlântico.
A segunda é sôbre o comissariado geral da Exposição do Rio de Janeiro.
E para que se não diga e faça como a maioria republicana, no tempo da monarquia, que só destruía, vou mandar uma terceira nota sôbre o problema das estradas.
Desejo mostrar ao Govêrno que dêste lado não há o propósito de destruir, mas sim de administrar, e assim demonstrarmos que somos homens de ordem e, se desejamos demolir, é para construir os alicerces de um novo edifício.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Menano: — Sr. Presidente: por êsse país fora há imensas escolas que
não estão em condição de serem habitadas, pois os senhorios procuram por toda a forma pôr o inquilino na rua, não querem o inquilino Estado porque lhes paga umas rendas de 15, 20 e 25 escudos como pagava em 1910. Servem-se de todos os meios, até fazendo fumarada no andar inferior para assim obrigarem o inquilino a sair.
Em outros edifícios não se tem feito reparações, de forma que cada vez se tornam mais inabitáveis, obrigando por esta forma a saírem professores e alunos.
Chamo a atenção do Sr. Ministro da Instrução esperando que S. Ex.ª tome providências.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Instrução Pública (João Camoezas): — Tomei boa nota das reclamações de V. Ex.ª, porém o problema é gravíssimo, por falta de verba, mas deligenciarei o mais possível fazer as precisas reparações.
Quanto aos senhorios despedirem os professores, isso será remediado na nova legislação, quando aprovada a reforma de Educação Nacional.
Por consequência, nem é por falta de iniciativa nem por culpa minha que as cousas se encontram como estão. Isto não quero dizer, porém, que eu não tome na melhor nota as reclamações feitas pelo Sr. Paulo Menano.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Menano: — Agradeço ao Sr. Ministro da Instrução a resposta que acaba de dar às minhas considerações de há pouco e espero que S. Ex.ª, junto do seu colega da pasta das Finanças, envide, como prometeu, os seus melhores esfôrços no sentido das minhas reclamações.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: a questão levantada aqui, a propósito dos boatos correntes de aumento da circulação fiduciária, esteve suspensa por algum tempo, porque o Sr. Ministro se comprometeu a dar à Câmara esclarecimentos precisos e claros, comprovativos da sua acção dentro da lei.
Porém, incidentes imprevistos determinaram a queda do Ministro das Finanças, de forma que, a estas horas, a pasta das Finanças se encontra vaga.