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Diário da Câmara dos Deputados
dia depois de cumpridos os preceitos regimentais, mas dentro dos prazos prescritos.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O projecto de lei vai adiante por extracto.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente: eu havia pedido a palavra para quando estivesse presente o Sr. Ministro do Trabalho, pois desejava chamar a atenção de S. Ex.ª para uma velha pretensão dos jornalistas da minha terra, a qual consiste na cedência de um dos muitos edifícios que ali existem, para a instalação de uma casa de repouso.
Como esta pretensão é de todo o ponto justa, eu aguardarei a presença do Sr. Ministro do Trabalho, para com êle conversar sôbre o assunto.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: vi nos jornais a notícia de que o Sr. Presidente da República tinha pedido ao Sr. António Maria da Silva para continuar a gerência dos negócios públicos emquanto não fôsse substituído.
Nestas condições, não se justifica a ausência do Govêrno a esta Câmara, e antes de continuar as minhas considerações desejava que V. Ex.ª, Sr. Presidente, me informasse se o Govêrno comparece hoje ou não à sessão.
O Sr. Presidente: — Não tenho informação nenhuma a êsse respeito.
O Orador: — Eu desejava a presença do Sr. Ministro do Comércio, porque nesta descida vertiginosa para o abismo, com o câmbio a 2. um deficit de cêrca de 2:000 contos diários o um escândalo em cada dia, há muitas pessoas que se esquecem um pouco o que se passou.
Eu não sou dos que procedem dessa maneira, e aproveitando a frase do defunto Presidente do Ministério, fazendo um pouco de história pregressa do seu Govêrno, vem à minha memória a lembrança para sempre dolorosa da representação de Portugal na exposição do Rio de Janeiro.
E tempo de êste escândalo graúdo da República ser esclarecido em absoluto perante o País.
Fizeram-se nesta casa. do Parlamento, nomeadamente por um Deputado da maioria e antigo Ministro do Comércio e Trabalho, gravíssimas acusações a funcionários da República e até mesmo ao Parlamento.
A êsse respeito houve uma sessão memorável em que todas- as acusações criminosas foram dirigidas de parte a parte, mas a verdade é que depois disto se pôs uma pedra sôbre o assunto, e pode dizer-se que o Parlamento de mais nada foi informado, a não ser quando do aumento da verba para as despesas dessa exposição e em que o Sr. Ministro do Comércio veio afirmar que esperava que em breve seriam inaugurados os pavilhões.
Foi ordenada uma sindicância; li nos jornais que essa sindicância estava completa, pelo menos quanto a uma parte. Eu desejava saber do Sr. Ministro do Comércio a razão por que não foi publicado ainda o resultado dessa parte da sindicância, e porque não se apuraram ainda responsabilidades aos funcionários delinquentes da Exposição do Rio de Janeiro.
Trata-se dum caso que muito desprestigiou o nome português no Brasil, até perante as nações estrangeiras, e que era honroso para todos nós ver esclarecido para sempre.
Ainda outro dia o Sr. Vasco Borges manifestou a sua condenação aqui, porque dois indivíduos acusados de faltas graves nesse comissariado tinham tomado parte num banquete que o Sr. Presidente da República ofereceu no palácio de Belém. De maneira que até da parte dos republicanos continua a haver dúvidas sôbre as acusações feitas ao Comissariado.
Ora eu desejava que o Sr. Ministro do Comércio viesse ante a Câmara dizer o que se apurou quanto ao escândalo republicano da Exposição do Rio de Janeiro. Desejava também saber qual a disposição legal em que se fundamentou o Sr. Ministro do Comércio para alienar os pavilhões da mesma Exposição, que tam caros nos custaram.
Durante muito tempo se construíram os referidos pavilhões com uma pompa digna de registo, ofuscando outras Nações, pois