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Sessão de 11 de Janeiro de 1924 5

Eu nada tenho com que alguns, membros não queiram retinir comigo.

Não admito que se salte por cima dos meus direitos; contra isso protesto veementemente.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Estêvão Águas: — No dia 9 os membros da comissão de guerra reuniram na sua maioria e elegeram-se o presidente e o secretário, o que foi comunicado à Mesa.

O Sr. António Maia (para interrogar a Mesa): — Pedi a V. Exa. para convocar a comissão de guerra, para ela se instalar. Era, pois, V. Exa. que tinha obrigação de mandar fazer essa convocação e, só depois de alguns dos seus membros faltarem, então seria ocasião de a comissão reunir com dois, três, quatro ou cinco membros.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Durante a sessão não podia fazer a convocação.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Sendo esta a primeira vez que tenho o prazer de me dirigir ao Sr. Ministro do Interior, permita-me V. Exa. que lhe apresente as homenagens do meu maior respeito, alta consideração e estima que sempre lhe votei.

Posto isto, peço a S. Exa. que atenda as considerações que vou lazer sôbre um assunto da maior gravidade.

Tenho conhecimento de que hoje em Lisboa se joga em condições iguais ou mais favoráveis do que aquelas em que se jogava no tempo do Sr. António Maria da Silva.

Antes de tratar dêste assunto procurei o Sr. governador civil, a quem expus as razões que me levavam de novo a levantar esta questão.

O Sr. governador civil de Lisboa teve ocasião de dizer-me que já dera ordens para que se fizesse a repressão do jôgo e citou até um caso que sucedera com S. Exa. quando pretendera dar um bodo em 1 de Janeiro, em que lhe apareceram determinadas pessoas oferecendo 60 contos para êsse bodo e que S. Exa. se dirigira ao Sr. Ministro do Interior, expondo o caso e mostrando-lhe as dúvidas que tinha no

recebimento de tal dinheiro por provir das casas de jôgo.

Relatou mais o procedimento de absoluta honradez que tivera o Sr. Ministro do Interior, recusando terminantemente a espórtula das casas de jôgo.

Não tenho senão que louvar S. Exa. por essa atitude.

Apoiados.

Mas o facto incontroverso é que se joga e continua jogando.

O bilhete que recebi vai mais longe é diz que há alguns Deputados comprados pelos batoteiros. É claro que não ligo importância alguma a esta denúncia. E muito mais fácil comprar os agentes encarregados da repressão do que comprar os. Deputados para que se não dê a repressão do jôgo.

Em todo o caso, há lama que pode atingir aqueles Deputados que na Câmara têm versado êste assunto.

Vozes: — Não apoiado.

Ápartes.

Tratando dêste caso, não podia deixar de varrer a minha testada.

Ápartes.

Disse que não ligava importância a essa acusação; entretanto friso o facto, para que lá fora.

O Sr. Jorge Nunes: — Isso é que me não incomoda.

O Orador: — Quando do Ministério do Sr. António Maria da Silva, tive ensejo de verificar que se jogava em Lisboa e nas praias e termas, durante a época balnear.

Quando se fez a convocação extraordinária do Congresso, requeri pelo Ministério do Interior que me fôsse fornecida uma nota dos administradores de concelho que tinham sido demitidos por consentirem o jôgo, e soube que não tinha sido demitido nenhum.

Em todo ò caso, sabe-se que se jogava nas praias e termas e, segundo o Sr. Ministro do Interior informou, a impunidade era absoluta.

Quanto à repressão do jôgo, digo ô sustento o princípio que sempre sustentei: que a repressão é absolutamente falível, que a acção de que dispõem os agentes para exercerem a sua missão é abso-