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8 Diário da Câmara dos Deputados

que temia que, fazendo uma repressão enérgica, causasse com isso uma revolução, e assim deitava funcionar as casas de jôgo para que pelo menos os díscolos e os desordeiros estivessem sossegados.

E tanto assim que até as próprias vítimas do jôgo não se interessam em que o jôgo seja reprimido antes de se deixarem arruinar.

Não se interessa ninguém; portanto, repito, é com a cumplicidade de nós todos que se joga.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso):— Sr. Presidente: depois de ouvir as palavras do Sr. Vasco Borges, que suponho não ouviu as minhas, não podia deixar de proferir algumas afirmações o levantar outras de S. Exa.

O Sr. Vasco Borges: — Os governadores civis chegam a receber dinheiro das casas de jôgo, portanto com conhecimento do Govêrno.

O Orador: — Mas não deste.

O Sr. Agatão Lança: — Eu requeri uma nota das casas que deram dinheiro e disseram-me que era difícil fornecê-la.

O Sr. Vasco Borges: — Chego a ver aqui no Parlamento comissões de batoteiros para se avistarem com o Govêrno!

O Orador: — Acho justas as considerações do Sr. Vasco Borges, mas acho-as inoportunas nesta ocasião, pois S. Exa. não tem razão neste momento quando afirma que se joga agora mais em Lisboa.

Eu já dei ordem para se começar a, reprimir o jôgo.

A repressão, não podendo fazer-se ao mesmo tempo para todas as casas de jôgo, começou pelas mais baixas, quê julgo mais prejudiciais.

O Sr. Vasco Borges: — Pelas altas é que V. Exa. devia começar, pois são as mais perigosas, visto que delas é que saem os maiores crimes.

O Orador: — No meu entender as mais baixas são as mais perigosas, mas todas elas, repito, serão encerradas, assim como posso afirmar que não entrará no Govêrno Civil nem um ceitil do jôgo.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Vai ser pôsto à votação o requerimento do Sr. Carlos de Vasconcelos.

O Sr. Moura Pinto: — Requeiro a votação nominal.

Procedeu-se à votação nominal.

Aprovaram 45 Srs. Deputados e rejeitaram 42.

Disseram «aprovo» os Srs.:

Alberto Lelo Portela.

Alberto de Moura Pinto.

Alberto Xavier.

Alfredo Ernesto de Sá Cardoso.

Álvaro Xavier de Castro.

Amaro Garcia Loureiro.

Américo Olavo Correia de Azevedo.

Angelo de Sá Couto da Cunha Sampaio Maia.

António Alberto Tôrres Garcia.

António Correia.

António Ginestal Machado.

António de Sousa Maia.

António Vicente Ferreira.

Armando Pereira de Castro.

Agatão Lança.

Artur Rodrigues de Almeida Ribeiro.

Augusto Pires do Vale.

Carlos Cândido Pereira.

Carlos Eugénio de Vasconcelos.

Carlos Olavo Correia de Azevedo.

Delfim de Araújo Moreira Lopes.

Francisco Dinis de Carvalho.

Francisco Pinto da Cunha Leal.

Germano José de Amorim.

Hermano José de Medeiros.

Henrique Sátiro Lopes Pires Monteiro.

João Baptista da Silva.

João de Ornelas da Silva.

João Pereira Bastos.

Jorge de Vasconcelos Nunes.

José Mendes Ribeiro Norton de Matos.