O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 11 de Janeiro de 1924 13

República, porque, emquanto a Câmara se entretém nessas discussões, a moagem vai fazendo o que quere.

Eu faço justiça ao Sr. Presidente do Ministério, pelas suas qualidades de carácter, mas o facciosismo em S. Exa. vai até ao ponto do sectarismo, e isso pode fazer com que não tenha o procedimento que deve ter para com os homens que põem os seus interêsses acima de tudo, o acima dos interêsses do país.

Êsse convénio já devia estar em vigor, mas não está, diz-se, por falta de transportes, e eu pregunto que medidas tenciona S. Exa. tomar para que o abastecimento se faça à cidade do Lisboa, e não faltem transportes.

Também S. Exa. sabe quantos esfôrços tem feito a moagem para se autorizar uma nova importação de trigo exótico, quando essa importação não é necessária, porque existe o trigo necessárjo para o consumo dêste ano.

Outro ponto há, Sr. Presidente, sôbre o qual eu desejaria muito que o Sr. Presidente do Ministério me pudesse elucidar, isto é, desejaria muito que S. Exa. me dissesse o que é que pensa acerca dó alargamento da circulação fiduciária, quere dizer, se o Govêrno pensa em alargar mais a circulação fiduciária, e bem assim o quê pensa relativamente a êsse imposto de 100 contos a que os jornais se têm referido e à autorização dada ao Poder Executivo para o lançamento de uma nova, série de fundos da dívida consolidada.

Desejaria bastante que o Sr. Presidente do Ministério me dissesse se, na verdade está disposto a servir-se dessa autorização.

Creio bem que não estará, tanto mais quanto é certo que S. Exa. já aqui manifestou a sua opinião quando leader do Partido Nacionalista, isto ó, considerou essa operação ruinosa para o País.

Esta era a opinião de S. Exa.; porém, de admirar não será que hoje, dada a situação em que se encontra, defenda uma opinião contrária à que tinha quando se encontrava na oposição.

Também desejaria muito saber, Sr. Presidente, o que è que o Govêrno tenciona fazer acerca dos factos revelados à Câmara pelo ilustre Deputado Sr. Cunha Leal quanto á aplicação dos dinheiros da província de Angola.

Já que o Alto Comissário, Sr. Norton de Matos, nada diz à Câmara, bom será que o Govêrno nos diga quais as providências que tenciona adoptar sôbre o assunto, pois não ô natural que, dada a crise que se atravessa, os dinheiros públicos tenham a aplicação a que o ilustre Deputado Sr. Cunha Leal se referiu.

Espero, portanto, que o Sr. Presidente do Ministério me dê á honra de responder sôbre os pontos a que acabo de me referir.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Almeida Ribeiro: — Sr. Presidente: não voltaria a usar da palavra neste debate, só por parte de alguns oradores que me antecederam não tivessem sido feitas afirmações menos exactas, segundo o meu modo de ver, a respeito da atitude do Partido Republicano Português, durante ã crise ministerial de que resultou a constituição do actual Govêrno.

Sr. Presidente: O Sr. Jorge Nunes, logo no começo das suas considerações, afirmou que, ao esboçar-se a última crise o Partido Democrático tinha mais uma voz perturbado à vida dá República.

Ora esta frase e os conceitos que S. Exa. lhe acrescentou são era parte menos exactos e menos justos. São inexactos, na parte em que S. Exa. afirmou que ò Partido Democrático tinha mais uma vez perturbado a vida da República.

Eu sei que é já tradicional, por parte dos adversários do Partido Republicano Português, o dizer-se que êle è o perturbador da vida da República, e que tenta Usurpar pata si e para os seus amigos à posse das funções governativas.

Nada mais injusto. Só eu quisesse pôr nas minhas palavras um bocadinho de veemência, ou se pudesse ter, no ataque político, aquela vivacidade que o Sr. Jorge Nunes e outros parlamentares têm, o que não poderia eu dizer a respeito da atitude de conciliação muitas vezes tomada pólo Partido Republicano Português. E eu apelo para a memória do Sr. Jorge Nunes para que me diga...

O Sr. Jorge Nunes (em aparte): — Lembro-me da pacificação de 14 de Maio,