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Sessão dê 11 de Janeiro de 1924 17

O Sr. Ferreira da Rocha: — Sr. Presidente: eu não fiz nenhum requerimento, mas apenas formulei uma pregunta com o intuito de não se poder dizer que eu pretendia demorar o debate político.

Como eu desejava discutir a moção do Sr. Nuno Simões, precisava saber se ela era discutida dentro do debate político ou fora dele.

A Câmara compreende que não é num quarto de hora que eu posso discutir êste assunto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Pedi a palavra para declarara V. Exa., Sr. Presidente, e à Câmara que o Govêrno aceita qualquer votação, pois lho é indiferente que o assunto da moção do Sr. Nuno Simões seja tratado na discussão do debate político ou que sôbre êle se faça uma discussão especial.

O que eu desejo é que a questão dos tabacos seja apreciada pelo Parlamento.

Tenho dito.

O Sr. Nuno Simões (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: eu desejava saber se, desligada a questão dos tabacos do debate político, aquela seria imediatamente discutida após o mesmo debate.

O Sr. Agatão Lança (Para um requerimento): — Requeiro que V. Exa. consulte a Câmara sôbre se a discussão da moção do Sr. Nuno Simões deve seguir-se ao encerramento do debate político e que êsse assunto entre na ordem do dia da próxima sessão de segunda-feira.

O Sr.Presidente: — Em primeiro lugar vou submeter à apreciação da Câmara se a discussão da moção do Sr. Nuno Simões deve ser desligada do debate político.

Constatada a Câmara, resolveu afirmativamente.

O Sr. Presidente: — Em fuce da deliberação da Câmara, entendo que a discussão da moção do Sr. Nuno Simões devo ser imediatamente ao encerramento do debate político.

Nestes termos, considero prejudicado o requerimento do Sr. Agatão Lança,

Não está nenhum Sr. Deputado inscrito.

O Sr. Carlos de Vasconcelos (interrompendo): — Requeiro prioridade para a moção do Sr. Carlos Olavo.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): - Sr. Presidente: não se produziram declarações na Câmara a que eu tenha de responder, porque nenhuma delas se referia, à atitude do Govêrno, a actos praticados, nem tam pouco à sua orientação.

Evidentemente não irei responder nem tenho que responder à circunstância da imprensa não ter feito propaganda a favor do Govêrno, porque nem o Govêrno deve favores à imprensa nem a imprensa deve favores ao Govêrno. A imprensa faz a livre crítica que entende e, pessoalmente, estou numa situação bem à vontade para poder dizer que não devo favores à imprensa, que não tenho sido das pessoas que a imprensa tenha tratado como menino bonito e muito menos a imprensa que se diz subsidiada pela Moagem.

Se alguém nesta Câmara pode falar tranquilamente e à vontade nesse particular certamente sou eu.

A imprensa, na verdade, tem-se referido ao Govêrno, especialmente depois da sua obra concreta, em termos de elucidar o público, não em termos laudatórios para o Govêrno, mas tem concorrido para esclarecer a opinião pública, opinião pública que nesta hora aplaude os actos do Govêrno.

As preguntas do Sr. Carvalho da Silva, feitas agora mais especialmente no seu último discurso, responderei em poucas palavras para não perder tempo e porque entendo que num debate político não há que fazer uma longa menção de problemas como aqueles a que S. Exa. se referiu. S. Exa. pode marcar melhor a sua opinião e pode colhêr mais elementos pelas pastas por onde correm êsses assuntos,

S. Exa. preguntou se o Govêrno tinha adoptado todas as providências que devia adoptar para obter os transportes necessários à vinda do trigo para Lisboa. O Govêrno desde a primeira hora adoptou todas as medidas necessárias para garantir o abastecimento de trigo a Lisboa e-