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16 Diário da Câmara dos Deputados

no sentido de que o n.° 1,° da moção do Sr. Nuno Simões seja substituído pela maneira a que já me referi.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ferreira da Rocha (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: conjunta-mente com o debate político, foi posta em discussão uma moção apresentada pelo Sr. Nuno Simões acerca do exame da situação dos tabacos em geral.

Reservo-me, é claro, a minha opinião sôbre a conveniência e oportunidade dessa moção adentro do debate político, e, se V. Exa. entende que ela deve ser discutida durante êsse debate, peço a fineza de me inscrever imediatamente.

Devo, porém, observar que as considerações que pretendo fazer são considerações concretas, de ordem técnica, decerto mal cabidas dentro de um debate político que é. naturalmente, de generalidades políticas, e, por conseqüência, peço a V. Exa. que me informe se a discussão dos dois assuntos se deve fazer conjunta-mente.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — A moção do Sr. Nuno Simões foi apresentada no decorrer do debate político e foi admitida durante êsse debate.

Nestas circunstâncias, a Mesa não pode deixar de a considerar em discussão.

Se, porém, V. Exa. entende que os dois assuntos devem ser separados, peço-lhe a fineza de formular o seu requerimento.

O Sr. Ferreira da Rocha: — Não desejo apresentar qualquer requerimento.

O Sr. Presidente: — Mas, todavia, como o caso foi apresentado, vou consultar a Câmara.

O Sr. Ferreira da Rocha fez uma pregunta à Mesa sôbre se a moção do Sr. Nuno Simões devia ser discutida conjuntamente com o debate político, ou se sôbre ela se deveria abrir uma inscrição especial.

Visto que a moção foi apresentada e admitida durante o debate político, a Mesa entende que está em discussão; porém,

se a Câmara tomar uma resolução em sentido contrario, a Mesa acatá-la há.

Nestes termos, vou consultar a Câmara a tal respeito.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Nuno Simões (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: as observações do Sr. Ferreira da Rocha teriam razão de ser se tivessem sido feitas na altura em que V. Exa. admitiu a minha moção, o se não tivesse já principiado a discussão dela, no que se refere ao Sr. Presidente do Ministério e ao Sr. Almeida Ribeiro.

Como, porém, já principiou essa discussão, e embora absolutamente nada me custe submeter-me às resoluções da Câmara, devo estranhar que só nesta altura tivesse sido posta à Câmara a questão de resolver se deve ou não discutir o assunto no decurso do debate político.

A intenção que tive quando apresentei a minha moção foi a de chamar a atenção do País e da Câmara para uma questão que continuo a reputar fundamental para o futuro financeiro do País e para o futuro económico da Nação.

Os factos verdadeiramente alarmantes, quer sob o ponto de vista legal, quer sob o ponto de vista ilegal, que se passaram na assemblea geral da Companhia dos Tabacos, determinavam uma intervenção do Parlamento, sobretudo no momento em que, indo discutir-se no Senado a proposta apresentada na Câmara dos Deputados, necessário era ter em linha de conta elementos novos de informação que derivaram dessa assemblea geral.

Assim, estando o Senado disposto a discutir, creio que mesmo na iminência de discutir essa proposta, parece-me que protelar, adiar a questão não era das cousas mais vantajosas.

Sucede, porém, que, pelo prazer de ouvir o ilustre Deputado, Sr. Ferreira da Rocha, que é, sem dúvida, um dos Deputados mais estudiosos, mais inteligentes, e daquelas que, de facto, poderão trazer a um debate desta importância elementos novos que o País terá de ponderar, nenhuma questão farei de que os dois assuntos sejam divididos para se abrir a inscrição especial a que V. Exa. se referiu.

O orador não reviu.