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4 Diário da Câmara dos Deputados

Do Gimnásio Clube Português, comunicando ter aprovado em sessão de assemblea geral extraordinária, e por aclamação um voto de louvor ao Parlamento Português pela iniciativa das leis proteccionistas do desporto.

Para a Secretaria.

Antes da ordem do dia

O Sr. Tavares de Carvalho: — Sr. Presidente: poderia dispensar-me de fazer mais considerações sôbre o problema da carestia da vida, porém, como vejo presente o Sr. Ministro da Agricultura, e S. Exa. certamente tem sido informado de todos os pontos que eu aqui tenho tratado, e já deve ter estudado o assunto, vou ainda fazer algumas considerações sôbre êle.

Segundo mo consta, não só o Sr. Vasconcelos e Sá, como também o Sr. Azevedo Gomes, já tinham trabalhos feitos para apresentar ao Parlamento tendentes a resolver, a questão, e assim é de esperar que S. Exa. o Sr. Ministro da Agricultura, do acordo com êles, que fazem parte de uma comissão que funciona 110. Ministério da Agricultura, todos orientados no mesmo intuito, tenham já estudado devidamente o assunto.

Sei que o Sr. Ministro da, Agricultura não tem podido vir à Câmara, tendo hoje aqui vindo a meu convite; e assim, se bem que tenha a certeza de que S. Exa. tem sido informado do que se tem aqui passado, eu vou, no emtanto citar alguns dos pontos de que me tenho ocupado, tendentes a melhorar a situação em que nos encontramos.

Sr. Presidente: eu já me referi à proibição da pelaria, que tam necessária é no País para o fabrico do calçado e outros produtos, pois, a verdade é que, estando nós a importar de pelaria, 80 por cento pára o nosso consumo, não é lógico que ela se exporte, importando-se depois, para o que se torna necessário adquirir- cambiais que são necessárias: para outros artigos.

Lembrei também a conveniência que Haveria em proibir a saída de aves, ovos e gados pelas fronteiras; e disse até que e a conveniente que o produto das apreensões fôsse entregue aos apreensores, não tendo o Estado comparticipação nessas apreensões, visto que isso seria um estí-

mulo para a guarda fiscal, que, estando mal paga, receberia desta forma a recompensa de ter cumprido os seus deveres.

Lembrei-me também da conveniência que haveria em importar farinha, em vez de trigo, a fim de se vender o pão mais barato.

Diz-se, Sr. Presidente, que o Govêrno está até certo ponto auxiliando, a Moagem, o que eu não creio, pois a verdade é que do Govêrno fazem parte homens a que eu presto inteira justiça, e que considero incapazes de fazerem semelhante cousa; no emtanto, diz-se também que se não importa farinha em vez de trigo para essas fabricas não terem de parar a sua laboração.

Eu, devo dizer, em abono da verdade, que desde que, o pão saísse mais barato, importando-se farinha, em vez de trigo, que não teria dúvida alguma, caso estivesse naquelas cadeiras, em fazer essa importação, visto, que o povo tem fome.

Foi-me dito, que numa fábrica, de Sacavém foram encontradas centenas de sacas de tremoço, algumas das quais já pacificadas, e assim eu desejava saber qual O procedimento que se adoptou com essa fábrica, pois não séria demais, a meu ver, que se confiscassem os bens dos proprietários dessa fábrica.

Espero, pois, que o Sr. Ministro da Agricultura nos diga alguma cousa sôbre o assunto, porque a verdade é que êste estado de cousas não pode continuar; assim.

Haja vista o que está acontecendo com a batata que dia a dia vai aumentando de preço.

Se é necessário, tabelar os géneros, que se tabelem, e só é necessário comprá-los, que se comprem o que se não, pode, porém, é continuar neste estado de cousas, sendo de toda a conveniência que o Govêrno tome urgentes medidas, tendentes a melhorar esta situação aflitiva, que, a continuar, não sei onde nos poderá levar.

Tenho dito.

O discurso seva publicado, na integra revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram, enviadas.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Sr. Presidente: pelos muitos