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Sessão de 8 de Maio de 1924 5

cão dos preços, alguma cousa se tem feito também, indo-se até à arbitrariedade de se fechar o estabelecimento, onde se comete o abuso de se venderem os produtos mais caros.

Compreende-se que de um momento para o outro, não é fácil modificar-se a situação, com os elementos que o Govêrno tem à sua disposição.

Entretanto o Govêrno alguma cousa tem feito no sentido de impedir o aumento do custo dos géneros.

O Sr. Tavares de Carvalho, deve reconhecer que certos géneros aparecem no mercado sem aumento, vendendo-se outros mais baratos, como sejam as hortaliças, devido às feiras livres da Praça do Brasil, Campolide, etc.

O Govêrno tomou as providências necessárias para garantir o abastecimento do açúcar, adquirindo um grande carregamento, de maneira a poder fornecer-se o açúcar em boas condições de preço.

O consumo dêste género tem aumentado a tal ponto, que anda por 4:000 toneladas a diferença para mais, no açúcar consumido actualmente.

Com respeito ao carvão devo dizer que neste momento, devido à preferência que têem os caminhos de ferro de transportar o trigo, não é grande a quantidade de carvão em Lisboa, embora não falte.

Espero dentro em pouco obter mais carvão.

Têm-se tomado as providências precisas para evitar que se venda carvão molhado, o que nesta época se não justifica, nem tenho a tal respeito recebido queixas.

O que há é pouco carvão, mas dentro em pouco haverá mais.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: — O Sr. Ministro da Agricultura estranha que eu só agora venha insistentemente tratar dos problemas de que me tenho ocupado.

Devo dizer que é muito difícil tratar no Parlamento do qualquer assunto.

Se combatemos os grandes colossos, imdiatamente se diz que é por que deles queremos receber.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Quando combati a moagem, fui atacado por toda a gente.

Até por correligionários de V. Exa.

O Orador: — Não se atacam os grandes, colossos, devido ao receio que todos têm de ver o seu nome manchado.

Tenho um nome limpo, e quero continuar a andar de cabeça erguida.

Ainda hoje, um amigo me contou que havia sido chamado a um escritório da moagem, para receber um cheque em branco que êsse meu amigo repudiou.

Já correu o boato de que eu fora também chamado à moagem, para cobrar a importância que quisesse, a fim de me calar.

Não foi por isso que eu redobrei de violência, contra a moagem...

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Se isso sucedesse comigo, êsse indivíduo vinha comigo para o governo civil.

O Orador: — Eu não fui aos escritórios da moagem.

Se lá fôsse, não viria um indivíduo só comigo para o governo civil.

Ficaria alguém com a cabeça furada.

Como V. Exa. vê, seria um pouco mais forte.

Outro jornal diz que eu quero o lugar de comissário dos abastecimentos.

Todos sabem que eu nada quero e que me contento com o simples lugar de soldado do meu partido.

Neste país, em que quási tudo é lama, eu não quero fama sem proveito.

Agradeço as palavras do Sr. Ministro da Agricultura, e fico aguardando o novo processo de fiscalização.

Se der bom resultado, muito me felicitarei.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Trabalho e Previdência Social (Lima Duque): — Mando para a Mesa uma proposta de lei para transferência de verba e peço urgência e dispensa do Regimento.

Foi aprovado.

O Sr. João Camoesas: — Requeiro a contraprova.

Procedeu-se à contraprova e foi aprovado.

Leu-se a proposta e foi aprovada na generalidade.

Leu-se o artigo 1.°