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24 Diário da Câmara dos Deputados

emolumentos, o que aconteceu com êste, mas no verso do boletim vem a assinatura do interessado e de quatro testemunhas, devidamente reconhecidas pelo notário, em que declarava que a quantia exigida pelo boletim foi de 67$.

Esporo que o Sr. Ministro da Justiça mando averiguar o que há na realidade a êste respeito no concelho de Pampilhosa da Serra, o proceda rigorosamente contra êste funcionário, se é verdade o que me referiram.

Tenho dito.

O Sr. Ministro da Justiça (José Domingues dos Santos): — Sr. Presidente: não tinha conhecimento das irregularidades praticadas e a que se referiu o Sr. Morais Carvalho.

Vou dar ordem para se averiguar o, se elas tiverem sido praticadas, será devidamente castigado o funcionário que as praticou.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: seguindo o exemplo de um dos leaders da minoria que ontem, autos do se encerrar a sessão, só referiu à questão do Sr. Norton de Matos, vou hoje também referir-me ao assunto.

A questão do Sr. Norton de Matos é uma questão de patriotismo.

O Sr. Presidente do Ministério, entendendo que elo não estava já bem em Angola, mandou-o para Londres.

Deixa de estar em Angola, onde bastante mal tem feito, para ir para Londres, onde bastante mal poderá fazer.

Àpartes.

O Partido Democrático, porém, não concorda com tais colocações.

Àpartes.

Mas será o Sr. Norton de Matos já um homem tam desclassificado que nem em Angola nem em Londres pode estar?

Àpartes.

Eu, se estivesse no lugar do Sr. Presidente do Ministério, conservava-o na Embaixada de Londres, onde ficará mal, mas onde poderá modificar a sua incapacidade, vivendo numa espécie de sanatório moral que é Londres, para depois deixar êsse sítio, e vir dar contas ao seu partido,

para o partido lhe dar o destino conveniente.

Àpartes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para responder ao Sr. Cunha Leal, se bem que propriamente nada tenho a responder.

O Sr. Norton de Matos foi nomeado para Londres e entendeu que devia aceitar.

Mas não creio que S. Exa. tenha um passado que justifique que aí possa fazer tanto mal como se quere dizer.

Àpartes.

Se, efectivamente, o Sr. Norton de Matos quiser prestar contas ao seu partido, são cousas com o que aliás eu nada tenho.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: É certo que um Govêrno que alcança três votos de maioria, e, entre os que a aprovaram, cinco com declarações em uma moção de confiança, deve dar-se por demissionário; mas apesar de demissionário eu desejava preguntar ao Govêrno quando é que resolve pôr termo à greve telégrafo-postal e dar execução à moção do Sr. Pina de Morais aqui votada há muito tempo.

É preciso acabar com a blague de que os serviços estão normalizados. Não se fazem cobranças, não se aceitam vales nem telegramas.

É preciso pôr termo a esta situação.

Apoiados.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Sr. Presidente: em resposta ao Sr. Cancela de Abreu, devo informar a Câmara de que os serviços dos correios e telégrafos estão ora via de normalização. Qualquer pessoa que fôr à estação não deixa de encontrar quem lhe venda estampilhas, expeça telegramas e faça todo o serviço.

Uma greve desta natureza, que é dominada pela primeira vez em Portugal, não se resolve com a facilidade com que o Sr. Deputado faz as suas considerações.