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Sessão de 12 de Junho de 1924 25

E necessário uma acção enérgica para colocar os funcionários na situação de não fazerem mais greves, preparando o Estado para as evitar de futuro.

Em todo o país têm-se apresentado ao serviço os empregados telégrafo-postais; mesmo nos únicos redutos que lhes restam, isto é, em Lisboa e Pôrto, estou convencido de que em dois ou três dias tudo estará solucionado, porque estarão apreciados os autos que foram levantados aos funcionários que foram os dirigentes da greve e aos que praticaram os actos de sabotage, tendo em consideração o facto de a sua maior parte não ter comparecido ao serviço por ser coagida a isso.

De resto, o Sr. Cancela de Abreu ainda não deixou de expedir os seus telegramas e de receber a sua correspondência perfeitamente em regra, e portanto não tem direito a reclamar.

O que existe é a obrigação da parte do Govêrno de não receber imposições, venham de onde vierem.

Não posso aceitar que se coliguem os funcionários para se imporem ao Estado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Veio há dias publicada no Diário de Lisboa uma entrevista concedida pelo Sr. Presidente do Ministério, na qual se atribuem a S. Exa. certas palavras a respeito do caso da aviação;

S. Exa. teria dito o seguinte:

Se eu fôsse o general Bernardo Faria, iria ali prendê-los com vinte alunos do Colégio Militar o dos mais pequeninos.

Estou certo de que S. Exa. não proferiu estas palavras, que constituiriam um agravo para o exército.

Desejo porém, que S. Exa. nos diga o que há de verdade neste caso, e com isto estou convencido que presto um serviço a S. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente,do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Vou responder com todo o prazer ao Sr. Carvalho da Silva, a quem agradeço o ensejo que me dá de eu me referir ao incidente a que S. Exa. aludiu.

O caso é o seguinte:

Deu-se a circunstância de eu ter falado com o Sr. Norberto de Araújo, que é o autor da entrevista do Diário de Lisboa, como tenho, ou, antes, tinha relações com S. Exa., com êle conversei com certa liberdade o permite-me um gracejo próprio de conversas íntimas o que jamais traduziria por palavras proferidas em público, principalmente na situação oficial que ocupo.

Atribuiu-se-me uma entrevista que não dei.

Mas o que se dá agora comigo já tem sucedido com outras pessoas.

O general Sr. Gomes da Costa ainda há pouco foi vítima do um caso idêntico.

O mesmo sucedeu com o Sr. Rêgo Chaves, o muitos outros que têm sido vítimas de factos semelhantes.

Na minha situação, eu não podia ter empregado termos depreciativos para com quem me merece muita consideração, e só poderia, em conversa particular, fazer qualquer «blague», para rir, mas não fazer apreciações impróprias sôbre um facto que tenha afligido o coração de oficiais do exército e de particulares.

Termino agradecendo a S. Exa. a ter-me proporcionado ocasião para fazer estas declarações.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Somente desejo preguntar ao Sr. Ministro do Interior se tem conhecimento dos boatos que correm, sôbre os- acontecimentos dos Olivais, e, se não tem conhecimento, não procura informar-se para proceder como fôr devido.

Tenho dito.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso): — Sr. Presidente: não mo podiam passar despercebidos os factos que foram referidos em vários jornais, o procurei informar-me por quem de direito o podia dizer.

Tencionava mandar abrir um inquérito, mas não foi necessário ordená-lo porque já está sendo feito.

Logo que esteja ultimado, tomarei conhecimento dêsse inquérito, e virei dar à Câmara conhecimento do modo como os factos só passaram.

E esta a informação que posso dar de uma maneira geral a S. Exa., esperando