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4 Diário da Câmara dos Deputados

Também solicitei de V. Exa. providências, no sentido de serem substituídas.

Poder-se-ia mandar um ofício à Casa da Moeda e ao Banco de Portugal, para, com a máxima urgência, fazer esta substituição?

Tive agora conhecimento que o Comissariado dos Abastecimentos exige uma guia de trânsito aos agricultores de batatas de Alcochete e Aldeia Galega, isto é, aos agricultores e' comerciantes da margem esquerda do Tejo, que daqueles concelhos costumam trazer batata e cuja venda só faz no Cais das Colunas, no Terreiro do Paço, exigindo-lhe também 20 por cento da batata que transportarem.

Ora isto traz prejuízo a quem a vem vender a êste mercado, e por conseguinte deixarão de a fazer transportar para Lisboa. A sua falta fará com que o preço suba, concorrendo para o agravamento do custo da vida.

Como não consegui falar pelo telefone com o Sr. Comissário dos Abastecimentos, e é um assunto urgente, trato dele aqui, para S. Exa., peia leitura dos jornais, tomar quaisquer providências concernentes a atender as justas reclamações, evitando que êsses tubérculos desapareçam do mercado, ou atinjam um preço incomportável.

O preço do pão aumentou, mas a qualidade não melhorou principalmente o de segunda, que é intragável, e o de primeira, porque se vende pesado, em regra, é cru.

Os senhores padeiros e moageiros, não contentes com envenenar-nos, roubam-nos desaforadamente.

Estou aqui falando e ninguém me escuta, nem o Govêrno toma providências, contra êsses bandoleiros que tripudiam com a miséria do povo.

Mas, se aqui não sou escutado, nem atendido, irei lá para fora, e, à frente do povo, meterei na ordem os ladrões e os assambarcadores que nos vem conduzindo à última miséria e nos levam certamente aos últimos extremos.

O Sr. Tavares Ferreira: — À frente de alguma bicha, à espera de vez.

O Orador: — Eu sou homem para me pôr à frente do povo em qualquer circunstância e para meter na ordem êsses bandoleiros que tripudiam com a miséria humana.

Peço a V. Exa. que me diga se há já parecer da comissão do comércio sôbre a lei do inquilinato.

O Sr. Presidente: - Não está ainda, sôbre a Mesa, o parecer da comissão do comércio da lei do inquilinato.

O Sr. Carvalho da Silva: - Pedi a palavra para me referir a umas considerações aqui feitas com respeito à Associação Comercial.

Parece há uns tempos para cá que os parlamentares são os donos do País.

Vários àpartes.

Pelos modos não se reconhece direito a ninguém para protestar contra a desastrada marcha das cousas públicas.

Esta é que é a questão de que não podemos afastarmo-nos.

O que é lamentável é que há muito tempo essas associações não se tenham manifestado.

O Sr. Nuno Simões: — No tempo do Sr. João Franco não se pensava assim.

O Orador: — V. Exa., referindo-se há dias ao Sr. Conselheiro Schroeter, foi extraordinariamente infeliz, porque ò Sr. Schroeter não era Ministro no tempo em que foi dissolvida a Associação Comercial.

Não foi, portanto, dissolvida no tempo do Partido Franquista, a que aliás não tive a honra de pertencer, como a nenhum outro.

Foi portanto, repito, extraordinariamente infeliz na referência ao Sr. Schroeter. Mais tarde é que S. Exa. fez parte dum Govêrno.

Essas associações, em vez de tomarem, o caminho que têm tomado, deviam tomar a defesa dos princípios conservadores.

O Sr. Nuno Simões: — Podiam, sim, mas não deviam.

O Orador: — Acho que deviam, e devem ser conservadoras, porque, quando elas o não sejam, não sei quem há-de defendê-las.