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Sessão de 16 de Janeiro de 1925 5

testo, tanto mais que posso confirmar largamente o que estou dizendo, sobretudo o que se refere ao distrito de reserva n.° 32.

Posso provar exuberantemente que se estão fazendo perseguições que amesquinham direitos de cidadãos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: — Desejava a presença do Sr. Ministro das Finanças para lhe fazer algumas preguntas sôbre à valorização do nosso escudo.

Emquanto não aparece na Câmara, vou tratar também da forma por que é vendido o peixe no mercado de Santos, pelos armadores de pesca de arrasto. Visitei hoje êste mercado com o meu ilustre colega Sr. Dr. Alberto Cruz.

Como êle vi as deficiências que há naquele mercado e reconheci a necessidade de se tomarem providências, para que não continue a apodrecer tanto peixe, pela demora da descarga dos vapores e sua venda imediata.

Junto de S. Exa. o Ministro do Interior instei pela cedência do cais e de parte dos armazéns C ou G e H do entreposto de Santos, para se facilitar a descarga dos vapores, devendo também ser pedidos à Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro os vagões necessários para o transporte para as províncias.

Prometeu S. Exa. atender as reclamações que directamente tinha recebido dos interessados, dizendo conhecer, por ter visto as dificuldades ocasionadas pela falta do cais e de local para a venda do peixe, o que certamente ocasionaria grandes prejuízos na economia geral do País.

O Sr. Ministro do Interior prometeu também envidar os seus esfôrços no sentido de melhorar as condições de vida, que são bem difíceis para a maior parte dos consumidores.

Se o peixe fôsse descarregado com rapidez, em local apropriado o amplo, não se inutilizariam enormes quantidades, o tanto Lisboa como as províncias podiam ser abastecidas do peixe em condições e preços que muito concorreriam para se modificar a carestia da vida.

A Companhia Portuguesa podia fazer o carregamento dos vagões no próprio mercado, assim como o seu despacho, o que muito beneficiaria os exportadores, ficando êstes com margem para diminuírem o preço de venda ao público consumidor.

Se estivesse presente o Sr. Ministro das Finanças, preguntaria a S. Exa. a razão por que não continuou a fazer, como o seu antecessor, a baixa do câmbio e ar. valorização do escudo.

O câmbio firmou-se na posição que não corresponde ainda àquela que devia ocupar pela desvalorização real do nosso escudo.

Como a libra não baixa, começam já os especuladores a fazer compras de cambiais, a preços superiores à cotação oficial, certos de que se vai dar a desvalorização do escudo.

Tenho conhecimento de que o Govêrno podia trazer a libra, sem grande dificuldade, para uma posição mais favorável aos consumidores.

Aguardo que o Sr. Ministro das Finanças venha à Câmara para explicar o motivo por que não continuou a valorizar o escudo.

Surgiriam ainda maiores dificuldades com o desemprego dos operários?

Certamente S. Exa. conhece que com a valorização do escudo a situação do País havia de melhorar, e não há-de querer que milhões de habitantes sejam sacrificados, estando apenas interessados em não prejudicar algumas classes ou indivíduos, que ainda nada sofreram.

Tenho muita simpatia pelos indivíduos desempregados, mas a verdade ó que os industriais, que durante esta crise têm obtido avultados lucros, tendo tornado a vida insuportável, pela alta dos preços dos seus produtos, enchendo gananciosamente os seus cofres, podiam perfeitamente, no actual momento, fazer um pequeno sacrifício, sustentando o seu pessoal por algum tempo.

Mas preferem paralisar as suas fábricas, despedindo os seus operários, com o fim de criarem dificuldades à República e aos seus dirigentes.

Espero, pois, a presença do Sr. Ministro das Finanças para lhe formular as minhas preguntas, e para lhe dizer, pelas informações que tenho, que estou convencido de que S. Exa. pode valorizar mais o escudo.

É preciso que o Parlamento conheça as causas que impedem a valorização do es-