O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

10 Diário da Câmara dos Deputados

fariam que tornassem menos precário o estado das estradas.

Estabelece se diálogo entre o orador e o Sr. Joaquim Ribeiro.

O Sr. Presidente (agitando a campainha): - Peço a V. Exas. que não mantenham a discussão em diálogo, visto que isso não é vantajoso para os trabalhos a Câmara.

O Orador: — Eu não digo que se deitem de fazer reparações naquelas estradas que ainda estejam em estado de as receberem com vantagem para o trânsito. O que digo é que nas estradas que exigem uma reconstrução completa, não vale a pena estar a gastar dinheiro com pessoal, visto que o trabalho dêsse pessoal nessas estradas tornar-se-ia inútil.

O Sr. Amaral Reis (interrompendo). — É preciso não perder de vista que a causa principal do a maioria das nossas estradas se encontrarem no lastimável estado que todos nós mais ou menos conhecemos, é transitarem nelas os camiões de grande tonelagem. As estradas não estão construídas para suportarem êsses enormes pesos.

Entendo que uma medida útil seria a que proibisse o trânsito do veículos com superior a 1:500 quilogramas.

O Orador: — É isso uma verdade.

De facto as nossas estradas não foram construídas para suportarem uma determinada pressão.

Assim, há inúmeras estradas no País que foram completamente deterioradas pelos camiões de grande carga que nelas transitam, não estando essas estradas calculadas para suportarem tanto peso.

De resto, há uma falta absoluta de aparelhagem necessária para se proceder aos trabalhos.

As britadeiras e os cilindros de que dispomos, à excepção de dois, não são suficientes para efectuar a indispensável compressão das estradas, e daí a ruína destas.

O Sr. Joaquim Ribeiro (interrompendo): — V. Exa. dá-me licença?

V. Exa. é um distinto técnico neste assunto, eu sou apenas uma vítima, representante de muitas vítimas do estado deplorável em que se encontram as nossas estradas.

É nesta qualidade que eu pedia a V. Exa. que modificasse um pouco o seu critério o acudisse de pronto, com pequenas verbas, as reparações ligeiras que há a fazer.

Não é num ou em dois dias que V. Exa. conseguirá pôr em execução a momentosa o bom estudada solução do problema, como a elaborou, e por isso seria de toda a conveniência, emquanto ossos trabalhos completos se não efectivam, proceder-se a pequenas reparações.

O Orador: — O Sr. Joaquim Ribeiro, que é incontestavelmente das pessoas mais «carolas»,— permita-se-me o termo, — por êste problema, vem alvitrar-me que eu dê pequenas verbas para as ligeiras reparações.

Folgo muito em que S. Exa. se tivesse referido a osso assunto, porque me dá ensejo de salientar qual tem sido o meu procedimento, e faculta ocasião à Câmara de me fazer justiça.

A função do Ministro do Comércio é, sobretudo neste momento, bastante delicada, porque, efectivamente, o assunto das estradas é daqueles que mais merecem da parte de todos, políticos o não políticos, um grande interêsse.

Eu tenho a opinião do que foi justamente a pulverização de verbas que contribuiu em grande parte para que nada de útil se fizesse.

No Orçamento figuraram verbas que, não sendo avultadas, permitiam, em todo o caso, que alguma cousa se fizesse de útil e de bom; essas verbas tom sido mais ou menos distribuídas por vários pontos sem que, contudo, o número de reclamantes deminuísse.

Estas condições, eu sou de parecer que só quando se reconheça uma utilidade imediata é que valerá a pena ir acudir a essas urgências.

Sr. Presidente: não tenho critérios rígidos; mas o que entendo é que é necessário atacar o problema por forma a que pelo menos o País verifique que há uma doutrina e que, uma vez começada qualquer cousa de útil, não paramos a meio.

Se eu quisesse realmente ir para êsse caminho de porventura aproveitar qualquer situação espacial em que me encon-