O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2 de Fevereiro de 1925 5

Em minha consciência entendo que não devo deixar de proceder à contraprova requerida.

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: - Está aprovado.

Sussurro.

O Sr. Presidente: - Peço a atenção da Câmara.

O Sr. Pedro Pita deseja tratar também em negócio urgente, sem prejuízo, porém, do já votado, da falta de pão em Lisboa e das consequências dessa falta, que já amanhã se farão sentir.

O Sr. Pedro Pita: - Devo esclarecer que não tomarei com o assunto muito tempo à Câmara.

O Sr. Amaral Reis (para interrogar a Mesa): - Vai tratar-se do assunto sem a presença do Sr. Ministro da Agricultura?

O Sr. Presidente: - Entendo que não. Apenas a Câmara se pronuncie, mandarei pedir ao Sr. Ministro que queira aqui comparecer.

Seguidamente é aprovado o pedido de negócio urgente do Sr. Pedro Pita.

É o seguinte:

Negócio urgente

Desejo, em negócio urgente, tratar da falta do pão em Lisboa e das consequências dessa falta, que já amanhã deverão fazer-se sentir.

Sala das Sessões, 2 de Fevereiro de 1925. - Pedro Pita.

O Sr. Vicente Ferreira: - Sr. Presidente: como não tenho muito fôlego para longos discursos, e por que se trata de um assunto de natureza administrativa, serei forçado a ser bastante breve.

O que eu sinto bastante, Sr. Presidente, é que outra pessoa com mais talento o com outros recursos de eloquência se não tivesse encarregado de apresentar esta questão ao Parlamento, patenteando assim perante êle a forma atrabiliária como o actual Govêrno resolve certas questões de administração, preocupando-se mais em tirar efeitos nas colunas dos jornais do que resolvê-las por uma forma sensata e equilibrada, estudando-as com o devido critério, dando-lhes uma solução o mais scientífica. e satisfatória possível, embora não inteiramente perfeita, porquanto nenhum de nós exige dos homens que se sentam naquelas cadeiras que sejam impecáveis.

Sr. Presidente: conhece V. Exa., sem dúvida, a historieta de Cristóvão Colombo e do ovo.

Tratava-se de equilibrar sôbre uma mesa um ovo, apoiado pela extremidade de maior curvatura.

Como ninguém o conseguisse, Cristóvão Colombo, dando uma pequena para cada na extremidade do ovo, partiu-lhe â casca, conseguindo assim, por esta forma violenta e imprevista, equilibrá-lo sôbre a Mesa.

O actual Govêrno, Sr. Presidente, ou para melhor dizer, os governos saídos do chamado bloco parlamentar, têm usado de processos idênticos.

Há dificuldades em fazer certos pagamentos de juros ou de outros encargos, que são compromissos solenes da Nação Portuguesa, o Govêrno do Sr. Álvaro de Castro resolve a dificuldade não pagando.

O Sr. Ministro das Finanças deseja nomear vice-governadores para certos bancos ; como haja porém certas dificuldades de ordem política em trazer o assunto ao Parlamento, recorre-se a uma autorização já caduca para resolver inconstitucionalmente o assunto.

Agora, chegou a vez ao Sr. Ministro das Colónias.

Sr. Presidente: como V. Exa. e a Câmara muito bem sabem, há um problema grave de administração colonial, sôbre o qual muito se tem escrito e se tem dito, quási sempre com muita paixão, cada um emitindo aquelas opiniões que melhor convêm aos seus interêsses, e só raros falando com 'sinceridade e desinteresse. E, muito embora, pessoas competentes tenham feito considerações muito judiciosas sôbre o assunto, nenhuma solução eficaz e criteriosa até hoje foi adoptada.

É o problema monetário e bancário.

A questão é na verdade complexa e a sua solução apresenta as maiores dificuldades.

Vai, porém, o Sr. Ministro das Colónias e, servindo-se do processo de Cristóvão Colombo, resolve-a atrabitràriamen-