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4 Diário da Câmara dos Deputados

Sr. Presidente: em virtude de autorizações que têm sido dadas a vários comerciantes ou produtores de lã churra para a exportarem, tem clandestinamente saído muita lã fina.

Por esta razão os nossos industriais de tecidos do lã, faltando-lhes a lã fina, têm de a importar, o os produtos das suas fábricas têm atingido preços elevadíssimos. Todos procuram vender a lã fina misturada com a lã churra, porque o seu preço é muito mais remunerador e todos conhecem como sai da fronteira, como se fosse só a lã churra que teve permissão para ser exportada.

Novamente o problema surge, e ou desejava saber se o Sr. Ministro da Agricultura está disposto a dar o seu consentimento para a saída da lã fina que tam precisa é no País.

Outro assunto para que desejava chamar a sua atenção, é a questão das pelarias.

Sabe V. Exa. que se tem consentido a exportação das peles grossas, porque se diz que elas não têm, entre nós, aplicação.

Ora, Sr. Presidente, isto não é verdade, porquanto o Depósito Central de Fardamentos pode muito bom aplicá-las em calçado, e a fábrica de material de guerra em correames, solas, loros, etc., e, quando as procuram, para manufacturar êstes artigos, têm de as importar, quem sabe se as mesmas exportadas.

O calçado, que se deveria vender por um preço razoável, está a aumentar constantemente. Apesar do calf e outros produtos estrangeiros terem sofrido uma baixa de quási 50 por cento, o calçado vende-se pelo mesmo preço ou mais caro, porque os industriais, desculpando-se e com razão com as exportações dos coiros, têm de pagar a sola muito mais cara.

Tudo isto influi na carestia da vida, assunto que tenho tratado e continuarei a tratar, embora a Câmara não lhe preste a atenção que seria para desejar.

Tenho dito.

O Sr. Ministro do Comércio (Ferreira de Simas):-Sr. Presidente: o assunto de que tratou o Sr, Tavares de Carvalho não corre pela minha pasta, mas devo dizer a S. Exa. que transmitirei as suas Considerações ao meu colega da Agricultara.

Apenas, a título de informação, devo dizer a S. Exa. que, quando estive na comissão internacional do Londres, porque o Govêrno Inglês desejava adquirir coiros fortes, solas grossas, telegrafei aos industriais portugueses, a fim de saber as quantidades de que podiam dispor, respondendo eles que poderiam dispensar umas 1:000 peles. Isto era em 1918.

O Sr. Tavares de Carvalho (interrompendo):- Mas hoje pela alfândega saem milhões de peles, porque não são verificadas.

O Orador : - Como disse, transmitirei ao Sr. Ministro da Agricultura as considerações de S. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jaime de Sousa: - Sr. Presidente: peço a atenção do Sr. Ministro do Comércio para as considerações que vou fazer.

Acabo de ser informado de que a questão da troca do vapor Pôrto por um fantástico vapor Sevilha, que parece estar num porto espanhol, agravou-se de maneira que se torna absolutamente indispensável, por parte do Govêrno, uma imediata intervenção, de modo a tranquilizar a opinião pública sôbre êste assunto.

Sr. Presidente: sabe V. Exa. e a Câmara que o Govêrno autorizou a troca do vapor Pôrto, dos Transportes Marítimos do Estado, já comprado por uma firma de Lisboa, por um outro vapor de menos tonelagem, mas mais novo, autorização que foi dada nos termos da lei, e que por êsse motivo o Pôrto saiu a barra embandeirado em italiano, como se o assunto estivesse resolvido definitivamente, quando afinal o vapor Sevilha ainda se encontrava num porto estrangeiro.

Esta questão foi assim claramente exposta na semana transacta, e o Sr, Ministro do Comércio já fez declarações neste sentido. Porém, surge, agora, um facto novo.

Assim, aparecem agora nada menos de cinco hipotecas sôbre o vapor Sevilha, o que representa nem mais nem menos do que uma manobra, porquanto se diz que as reparações por aquele barco sofridas,