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4 Diário da Câmara dos Deputados

que manda pôr em vigor o artigo 488.° do decreto n.° 5:786, de 10 de Maio de 1919.

Para a Secretaria.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Vão entrar em discussão as alterações introduzidas pelo Senado à proposta de lei da Câmara dos Deputados n.° 701.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Tive conhecimento de que os representantes da imprensa na Câmara dos Deputados se sentiam magoados pelo facto do o Sr. Júlio Gonçalves ter na sessão de ontem proferido algumas palavras, em àparte, sôbre um discurso do Sr Nuno Simões.

Particularmente, o Sr. Júlio Gonçalves afirmou-mo que não tinha proferido de modo nenhum quaisquer palavras que devessem justamente ser consideradas ofensivas, quer para a instituição da imprensa, quer para os seus representantes nesta casa do Parlamento.

Nestas condições, depois das explicações que tam naturalmente me foram apresentadas pelo Sr. Júlio Gonçalves, o depois de ter ouvido directamente dos representantes da imprensa as razoes dos seus melindres, entendo que o incidente fica sanado.

Do facto, não foram proferidas pelo Sr. Júlio Gonçalves quaisquer palavras que devessem ser, justamente, consideradas como ofensivas para os representantes da imprensa, nesta casa do Parlamento.

O Sr. Tôrres Garcia (interrompendo): - V. Exa., Sr. Presidente, podia fazer-me a fineza do dizer que significação dá V. Exa. à expressão "representantes da imprensa nesta casa do Parlamento"?

Êles têm aqui alguma função?

O Sr. Presidente: - V. Exa. não desconhece que, adentro das duas casas do Parlamento, há um lugar especial reservado aos representantes dos jornais.

Dêste modo, suponho que não exagero na expressão que proferi.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Júlio Gonçalves: - Sr. Presidente : pela consideração que V. Exa. ma merece, e pelas palavras que acabou do proferir, quero deixar bem tranquilo o espírito do V. Exa. acerca das minhas palavras de ontem.

E assim, eu tenho a dizer que quando o Sr. Nuuo Simões afirmava que a imprensa tinha os seus altos e os seus baixos...

O Sr. Nuno Simões (interrompendo): - V. Exa. dá-me licença?

Eu dizia que, tendo a política os seus altos o os seus baixos, era natural que a imprensa reflectisse óssea altos o baixos.

O Orador: - E eu acrescentei que às vezes se tinha baixos.

Sr. Presidente: estas palavras não as retiro nem as tinha do retirar, mas quero dizer o sentido que lhes dei.

Tenho pela instituição da imprensa aquela consideração que toda a gente tem, a consideração que tem uma pessoa que já foi jornalista, que foi director dos jornais e que ainda escreve em jornais.

Tenho, por consequência, por essa instituição o máximo respeito o consideração.

Mas, por vezes, a imprensa - e quando digo "imprensa" não quero, evidentemente, referir-me a todos os jornais, mas a alguns - não interpreta o sentimento da colectividade, o a meu ver, por vezes desserve os interêsses colectivos.

Apoiados.

Sr. Presidente: quando disso ao Sr. Nuno Simões que "algumas vezes só tinha baixos", dei a esta expressão o sentido que acabei de expor. Tenho muita consideração pelos jornais e pelos jornalistas quando êles cumprem bem a sua missão, e, se é doloroso constatar que f m Portugal há jornais que não cumprem o seu dever, é também muito agradável verificar que muitos há que o cumprem integral e patriòticamente.

São estas as palavras que entendo dever proferir em resposta às considerações proferidas por V. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Antes do dar por liquidado êste incidente,, tenho de escla-