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Sessão de 27 e 28 de Abril de 1925 5

Trata-se de uma escola a criar na Figueira da Foz.

O Sr. Júlio Gonçalves:-Não é criada. Já está a funcionar.

O Orador: - Não me serve a intervenção de V. Exa. Tenho aqui o papel e vou lê-lo.

O Sr. Júlio Gonçalves:-Se o tivesse lido antes de falar, escusava de estar a dizer o que disse.

O Orador:- Não podia estar a adivinhar o que V. Exa. trazia na cabeça.

O Sr. Júlio Gonçalves: - Antes de entrar na discussão devia ter lido o parecer.

O Orador:-Não sabia que V. Exa. ia requerer para entrar em discussão.

O Sr. Júlio Gonçalves:-Devia ler o parecer antes de começar a falar.

O Sr. Carneiro Franco: - Está distribuído há muito tempo.

Chegou agora vontade de trabalhar...

O Orador: - Mais vale tarde do que nunca.

Efectivamente tem certa razão o Sr. Júlio Gonçalves.

Confesso o meu êrro, quando disse que se tratava de uma escola a criar.

Com efeito a proposta de lei n.° 559 diz o seguinte:

Leu.

Êste assunto, já aqui tratado, foi tratado de determinada maneira.

Depois do transitar para a outra Câmara, o Senado introduziu algumas alterações:

O artigo 1.° diz o seguinte:

Leu.

No § 1.° diz-se o seguinte:

Leu.

Concordo com aquilo que consta do parecer em discussão, e estou de acordo com o critério que presidiu à elaboração da proposta de lei inicial.

Na realidade a maioria das escolas funciona em edifícios que não têm as condições pedagógicas para um regular aproveitamento.

Conheço muitas, não só no capítulo das escolas industriais e comerciais, como ainda noutros ramos do ensino que não preenchem o seu fim.

Não sou professor das escolas industriais e comerciais, mas tenho a honra de pertencer ao número dos homens que fazem a sua vida ensinando, transmitindo o pouco ou muito do que aprenderam aos seus discípulos, e eu sei com quantas dificuldades temos do lutar para ministrar o ensino.

Em todo o País, do norte ao sul, nas escolas há falta de material didáctico, como ainda muitas escolas funcionam em verdadeiros pardieiros, em casas que não tem condições do espécie alguma para as crianças gozarem algumas comodidades o regulares condições de higiene e receberem o ensino com aproveitamento.

O meu ilustre colega nesta Câmara e amigo Sr. João Carnoesas disse aqui que, havendo visitado a América do Norte, viu que determinadas escolas funcionavam em casas que na aparência não possuíam condições para funcionar.

Quero dizer que a grande América, apesar das suas enormes riquezas, ainda não está completa neste capítulo.

Quero dizer que lá, como no nosso País, o professor luta com falta do material didáctico para o regular funcionamento das aulas.

Não é um luxo o que se pretendo nas aulas, mas apenas que durante o tempo que as crianças frequentam as aulas não estejam sacrificadas.

Digo que não é luso, pois todo e qualquer indivíduo que se senta numa cadeira e vê as crianças com uma certa comodidade e êle próprio se encontra bem instalado, toma logo pelo lugar o maior amor, e é legítimo que assim suceda.

Quem assim não pensar começa por mostrar o seu desinteresse pela instrução, pelo ensino em geral.

Posso dizer a V. Exa. que percorrendo o País, de norte a sul, observamos por exemplo nas escolas de instrução primária, o aqui direi que lá há verdadeira miséria, e as crianças que em casa já têm pouca comodidade, aí nada tem, nessas escolas que lhes deviam dar o pão do espírito.