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10 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador:- O Sr. Amâncio de Alpoim na sua entrevista diz:

Leu.

O Sr. Joaquim Ribeiro (interrompendo).- Mas o Partido Democrático repudia essa aliança, porque não faz parte dela.

O Sr. Cancela de Abreu: - Repudia-a V. Exa.

O Orador: - V. Exa. está talvez absolutamente de acordo, Sr. Joaquim Ribeiro, com o que eu estou dizendo.

É indispensável para a vida do País que esta situação seja claramente definida.

É indispensável saber-se se estamos, realmente num período transitório para a entrega do Poder a elementos extremistas.

É indispensável que se saiba se foram ou não as fôrças militares as fôrças que venceram.

Tenho a certeza que as torças militares não consentem de nenhuma maneira que o comité esquerdista se apresente como vencedor do movimento.

Realmente o Sr. Dr. Amâncio de Alpoim nesta entrevista diz que esteve em relações com o Govêrno, que teve com o Govêrno conferências, o eu pregunto se é admissível que o Govêrno, seja em que circunstâncias fôr, esteja em contacto com tais elementos.

Diz o Sr. Dr. Amâncio de Alpoim que êsse comité esteve em contacto com o Govêrno, que, exerceu uma acção fiscalizadora sôbre a maneira como os elementos militares exerceram a sua acção.

Protesto indignadamente contra esta afirmação do Sr. Dr. Amâncio de Alpoim.

Devo dizer que a realização dêste serviço primacial, que tem uma importância capital para a vida do País, não pode ser encarado por uma forma regular que se impõe à consideração dos conservadores para que todos, sejam quais forem, se unam num forte bloco para impedir êsse verdadeiro assalto à situação dominante na governação do País.

Sr. Presidente: o Sr. Presidente do Ministério declarou que por discordância política o Sr. general Vieira da Rocha tinha sido levado a demitir-se.

Mas então o Govêrno, quando surgiu o movimento, entregou ao Sr. general Vieira da Rocha, que ocupava a mais alta posição no exército, como Ministro da Guerra, a repressão do movimento, êle vence, é a fôrça pública quem vence o movimento, e é o Governo que vence o movimento que não mantém ali o Sr. general Vieira da Rocha?!

Quem devia estar ali era o vencedor dêsse movimento, era o Sr. general Vieira da Rocha.

Apoiados.

Eu, que nesta hora acho indispensável a união de todos os conservadores, eu, adversário intransigente do Govêrno, faço justiça ao Sr. Vitorino Guimarães de que não é por sua vontade que procedo assim; é porque o empurram.

Pense V. Exa. bem nas responsabilidades enormes que, nesta hora de gravidade extrema para a vida do País, pesam sôbre si.

Unamo-nos todos os conservadores, sem retaliações, esquecendo todas as lutas, para que a causa da ordem, os fundamentos da organização social se mantenham.

Não se deixe V. Exa. arrastar pelos elementos avançados, pelo tal comité das esquerdas.

Todavia, porque não queremos fugir ao cumprimento duma velha praxe parlamentar sempre respeitada, os membros da minoria monárquica cumprimentam o novo Ministro da Guerra.

O Sr. Mimoso Guerra é um oficial do nosso exército e, por isso, certamente não se esquecerá de que um dos primeiros deveres da instituição militar é o do defender a ordem social. Fazemos votos por que S. Exa. no alto lugar que agora ocupa, saiba ser apenas militar e não político no sentido estreito da palavra e, assim, não permita que, à sombra de qualquer partidarismo, os inimigos da sociedade; vão afastando das posições que ocupam aqueles que tam precisos são para a manutenção e defesa da ordem.

O Sr. Ministro da Guerra que, dada a sua posição, deve ser um conservador, no sentido social, vê, sem dúvida, que o momento não é propício a perseguições, nem tam pouco a imposições esquerdistas.