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12 Diário da Câmara dos Deputados

valho da Silva veio efectivamente fazer afirmações, quási que ameaças, que no momento que corre só podem servir para aumentar a perturbação social.

Apoiados.

Já outro dia tive ensejo do dizer à Câmara que era preciso que definisse claramente se sim ou, não o Govêrno a que tenho a honra do presidir tem dela a necessária confiança, para que o Govêrno se encha de prestígio e de autoridade de modo a conseguir que a calma e a tranquilidade se estabeleçam de vez no País. E não é vindo falar em união ou concentração do conservadores neste momento que podemos ir para essa calma ou tranquilidade!

Apoiados.

E falando na união e na concórdia do todos os portugueses, porque ou, como Presidente do Ministério, não sei distinguir entre êles. Neste ponto do vista, é que só o Govêrno pode actuar e trabalhar!

Apoiados.

Já tive ensejo de dizer a esta Câmara, mas novamente o afirmo com toda a solenidade, que a única causa da saída do Sr. general Vieira da Rocha do Ministério foi a divergência que se levantou com os seus colegas do gabinete a propósito da atitude do Sr. general Sinel de Cordes.

Não houve outro qualquer motivo, nem o podia haver.

Já também outro dia tive ensejo do prestar a minha homenagem, mas novamente a presto, do respeito, do veneração e estima pelo Sr. Vieira da Rocha, que em todas as circunstâncias da. sua vida tem sabido ser um bom militar, um bom cidadão e um dedicado republicano; o ainda o demonstrou pedindo a demissão de Ministro da Guerra, quando reconheceu que efectivamente da sua estada no Ministério algumas dificuldades, embora ligeiras, podiam nascer ao Govêrno.

Mas o Sr. Carvalho da Silva ameaçou, ou atemorizou para melhor dizer, a Câmara, com as expressões do comité das esquerdas, etc. Tais expressões não correspondem à realidade dos factos, e são filhas apenas da sua fantasia ou do cérebro assustadiço de S. Exa.

Todos os homens que constituem o actual Govêrno não estão habituados a
agir nem por meio de pressões, nem por meio de ameaças, e parece-me que ainda há bem pouco tempo assim o demonstraram.

Apoiados.

Guardam sempre em todos os actos da sua vida a serenidade e calma necessárias para poderem julgar dos casos com toda a justiça.

Sr. Presidente: não falei, nem tratei pessoalmente, com o Sr. Amâncio de Alpoim, mas com êle falaram alguns dos meus colegas do gabinete e o Sr. general da divisão. E porque não haviam do faiar! Pois S. Exa. Não representa um partido que em todos os países é considerado constitucional?

Que havia também do inconveniente que o Presidente do Ministério tratasse com o representante do Partido Socialista?

Não é só no estrangeiro, onde há pouco houve um Govêrno socialista inglês, que os socialistas têm tido muitas vezes interferência nos Governos, mas entre nós, porque a dentro da República, e até em Governos de concentração, os socialistas já tiveram representação no Poder Legislativo.

Porque é, então, que se traz aqui uma afirmação dessas?! É ou não o desejo de motivar o descontentamento o a má vontade em certas classes?

E é só com isso que querem viver os homens da ordem, que eu estou convencido que querem apenas viver com a desordem!

Apoiados.

Efectivamente, as palavras do Sr. Carvalho da Silva é que podem concorrer para a desordem, e não os actos do Govêrno!

Dadas as responsabilidades que neste momento impendem sôbre o Govêrno, êle tem de julgar os factos com toda a calma e serenidade; tem de dizer ao País quais são os meios que precisa para poder exercer a sua acção.

Êste, estado de cousas não se pode prolongar. O Govêrno precisa de saber se lhe dão todos os meios para que possa agir.

Da realização das sessões parlamentares só tem resultado dificuldades para o Govêrno. Nisto põe o Govêrno a questão de confiança, porque não pode continuar