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Sessão de 27 e 28 de Abril de 1925 9

ções para sufocar o último movimento insurreccional.

Tendo-se aberto a crise pela saída do Sr. general Vieira da Rocha, convidei para assumir a gerência da pasta da Guerra o Sr. coronel Mimoso Guerra, ilustre oficial do exército o dedicado cidadão à causa da República, com um passado cheio do altos serviços prestados ao Regime e ao País.

S. Exa., pois, que eu hoje tenho a honra de apresentar à Câmara, não é um desconhecido, quer para o País, quer para a maior parte de V. Exas.

O Sr. coronel Mimoso Guerra demonstrou mais uma vez as suas óptimas qualidades de militar e de cidadão republicano, vindos assumir a pasta da Guerra num momento grave, como aquele que atravessamos.

E com a máxima satisfação que faço esta apresentação ao Parlamento, porque tenho a certeza absoluta que, do seu proceder adentro daquele departamento do Estado, só vão resultar motivos de elogio e de apoio da parte do Poder Legislativo e do País em geral, porque conheço bem quais as qualidades e merecimentos que exornam a pessoa de S. Exa.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: seria um facto vulgar na vida política do País, principalmente na vida política da República, a apresentação de um novo Ministro a esta Câmara, visto que sabemos que na República os Ministros têm sido aos centos.

No emtanto, a crise parcial do Govêrno, que o Sr. Presidente do Ministério acaba do declarar, reveste uma importância fundamental para a vida do País, o reveste-a, Sr. Presidente, pelas condições especiais em que saiu o Sr. general Vieira da Rocha, depois de vencido um movimento militar e depois do ter sido S. Exa. quem superiormente dirigiu as operações militares contra as unidades que foram acampar-se na Rotunda.

Está logicamente indicado que, quando um Govêrno consegue vencer um movimento de revolta, tenha ficado ainda mais forte na sua unidade política, não se compreendendo, portanto, a saída de qualquer dos seus membros.

Mas, sobretudo, tratando-se de um movimento militar como o do dia 18 dêste mês, e sendo o Ministro da Guerra quem superiormente dirigiu as fôrças dos vencedores, S. Exa. devia aparecer aqui como um vencedor!

Infelizmente não é assim.

O Sr. Ministro da Guerra, general Vieira da Rocha, pessoa altamente colocada na hierarquia militar e a pessoa que dirigiu o movimento contra os revoltosos, desapareceu.

Quere dizer que alguém se apresenta aqui como sendo o vencedor dessa luta e dêsse movimento.

Quem é êsse vencedor, que não temos maneira do alguém nos declarar qual seja aqui nesta Câmara?

Quem é êle, que só diz que o foi em nome da ordem?

Quem é que aqui aparece a dizer que foi o vencedor?

Parece-me êste ponto de gravidade. Parece-me que é preciso se esclareça êste ponto.

Aparecem as esquerdas, os extremistas, a dizer que foram os vencedores do movimento; e até apareçe uma entrevista publicada nos jornais com o Sr. Dr. Amando do Alpoim, chefe socialista, a declarar que os socialistas foram quem organizaram um comité das esquerdas republicanas, da Confederação Geral do Trabalho, do Partido Comunista, etc.; e então eu pregunto : com que direito é que vêm êsses elementos dizer-se vencedores do movimento, quando, sem dúvida, foram as forças militares que combateram sob a direcção do Sr. general Vieira da Rocha as vencedoras?

Saiu o Sr. general Vieira da Rocha da pasta da Guerra e até se diz que sairá do comando da guarda republicana para seguir para a índia.

Pretendem os elementos extremistas, com êsse comité das esquerdas, ir tomando conta das posições; e agora mais se impõe que estejam nessas cadeiras pessoas que mereçam confiança pelas suas qualidades militares.

O Sr. Joaquim Ribeiro (interrompendo): - O extremismo não faz parte do Partido a que pertenço.