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Sessão de 28 de Abril de 1925

verno não tem a coufiança absoluta de que dominou o movimento o conseguiu estabelecer a ordem nos espíritos e a tranquilidade na consciência pública; ou o Governo entende que está cheio de piostigio, de força, de autoridade, depois de tor jugulado o movimento re\olnciouáno, o en-.tão não tem o direito de pedir às Câmaras o adiamento; ou então o Governo entendo que esta muito pouco senhor da situação e tem pouca confiança naquela unidade política o partidária a quo já há pouco o Sr. Nuno Simões aludiu, e quo já eu vi tauí foste]ada nas colunas dos jornais, e isso ropiesonta simplesmente quo de nada lhes serviu aqncle passeio a Bolem, bafejado pelas águas do Tejo, de nada lhes* serviu a jornada gloriosa de Belém. ' • .

Sr. Presidente: o Governo m^o conseguiu de maneira nenhuma convencer o Cougresbo da necessidade que tem do adiamento que pede, não convenceu, nem podia convencer, porque não estamos de momento perante uma conflagração nas ruas, não se batem irmãos contra irmãos, não está ninguém em armas, são passados uus poucos de dias depois de terem jugulado essa revolução militar.

O Sr. Presidente do Ministério, invocando o princípio constitucional para castigar aqueles que se rebelaram contra a ordem e contra a Constituição, não pôde con\oncer o Congresso de que não hA necessidade de o Parlamento, com cuidado, ponderação e reflexão, estudar as propostas que estão pendentes da sua discussão, nem mesmo com aqueles dias que nos dá de presente o Sr. António Maria da Silva nós podemos estudar esses problemas gravíssimos.

Todos sabem como à última hora se discutem os mais graves problemas nacionais.

E devido a quê? Ao vicio pai lamentar e, sobretudo, ÍL falta dó homogeneidade de um Pai tido, que se diz o sustentáculo máximo da República, quo não garante uma^discussão serena e proveitosa.

£ É então com1 esse presente de 15 dias que se pretende resolver o caso ?

(i Pois não é um contra-seuso que em 27 do Março fosse votada uma prorrogação dos trabalhos parlamentaras por se reconhecer que isso era absolutamente necessário aos interesses do País e que agora

se dispensem 30 dias, dando-se o, impros-são de que tal piorrogaçuo não era pie-cisa?

Isto é uma fraude qae o Governo nos quere impor, mas, com a minha aquiescência, não vingarão as habilidades seja-do quem for.

Tenho o direito de protestar e pro-tosto.

Não tenho aquele mesmo amor, aquela mesma carinhos;* dedicação qne têm os ilustres constitucionalizas A pureza da Constituição e ao sistema parlamentar.

Mas o que é corto ó quo e\iste em Portugal, como lei fundamental do País, a Constituição, que constautemente tom sido rasgada e por sõbie ela têm saltado os Governos saídos do Partido Democrático.

Se, porventura, as circunstancias fossem de tal forma anormais que justificassem õste pedido de adiamento, -se logo no pnmoiio dia de reunião do Pai lamento, após o jugulauieuto da re\olução, o Go-vêino tivesse vindo pedir um adiamento, se o Sr. Vitorino Guimarães não tivesse pedido às Câmaras uma autonxação tam larga como a que eu\olve a suspensão de garantias, eu ainda compreenderia tal pedido de adiamento.

Mas nãc se dá nenhuma dessas razões e há outras que não convém que se tornem conhecidas, que são aquelas razões quo envolvem até ceito ponto a vida íntima de um Partido por cujas scisões nós todos estamos sofrendo neste País.

E preciso que acabe de orna \ez para sempre essa \erdadeira ditadura; que sejam sinceios, quo digam ao povo inculto, às multidões facilmente sugestionáveis, toda a verdade, que lhes digam:

«i Nós somos contra toda a ditadura que não 6 feita por nós!»

Não cansarei mais o Congresso com as minhas cousideuições. Espero que o Congresso não ira as^ini, de ânimo le\e, votar a proposta aqui apresentada.