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Diário das Sessões do Congresso

José Dommguos dos Santos, isso é lá cçra V. Ex.a"

Mas estes não são os únicos factos. Há muitos, E visto quo V. Ex.as, à custa das suas negativas, me querem forçar a coutar mais alguns casos que ou\i, então lá vai para satisfazer V. Ex.as

Vo/.es da esquerda: —Diga tudo! Diga -tudo!

O Orador: — Era certa altura o Sr. comandante Moio de infantaria 16, o Sr. comandante Valdês» de artilharia 3, o Sr. comandante Rodrigues, creio que ajudante do comandante da polícia, procuraram o comandante Raul Esteves de automóvel e pediram-lhe que fosse ao Sr. Presidente da República siguitícar-llie que o exercito não podia continuar, a ver as cousas que estavam decoí rendo na política e que era preciso reunir todos os comandantes militares para significar isto mesmo ao Che-íe do Estado, a fim de que se constituísse um Governo apoiado no exército, Go-•\Grno que poria os políticos em igualdade de condições e que livraria a política da tirania de um só.

Q Sr. comandante Raul Esteves quis negar-se a essas dcmarckes, insistiram com ele, e em vista disso esse oficial íoi a Belém.

O Sr. Presidente da República declarou-lhe que ia convidar para um chá os comandantes das unidades o foi o Sr. António Maria da Silva quem se opôs a essa reunião.

Foi o Sr._Antómo Mana da Silva que não consentiu esse chá presidencial.

JÁ vêem V. Ex.JS que também se não pode estar absolutamente seguro o confiante nos bons propósitos ordeiros de todas as pessoas que atacaram a Rotunda.

Agora pregunto eu: ^uru Governo que está apoiado nestes elementos militares e que tem às suas ordens pessoas altamente categorizadas, se não puder inutilizar pela prisão os seus adversários, não ó capaz de os mandar matar?

Vozes da esquerda: — Não apoiado.

O Orador:—

porventura, dar-nos qualquer garantia do que as nossas vidas e a nossa liberdade não perigam?

Mas então isto é um país de escravos, isto é a escravatura verdadeira exercida pelos medíocres, isto é a tirania do um ^partido que, metido dentro do uma cidadela, atua sobre a multidão que, no fundo ó todo o povo português.

i Então uós podemos consentir isto?

Eu não desejei a minha libertação para que o Governo nos mande para casa. Eu desejei a minha libertação para que o Governo tenba aqui a todos nós defendendo as liberdades públicas, defendendo os haveres dos cidadãos e defendendo as nossas próprias vidas quo não estão bem entregues nas mãos deste Governo.

Sr. Presidente: ó bom que do vez se acabe com uma especulação: entretêm-se por ai dÍ7endo que o Partido Nacionalista estava metido dentro da revolução, d. Que argumentos apontam para isso ? Apenas um: o de quo a frente dessa re%oluçao estava um homem, digno a todos os respeitos da nossa consideração, que é larguíssima, (Apoiados), o Sr. Filomeno da Câmara.

Eu pregunto então, ;^se nós, com a libei dade também de fazer especulação, devemos acusar o Partido Democrático de ter feito o 19 de Outubio pelo facto de nele entrar por exemplo, o Sr. Pires de Carvalho, ou de os pi óprios chefes desse movimento serem demociáticos?!

Nunca nenhum de nós fez essa especulação. Mas fizeram-no os nossos adversários contra nós.

É fácil, Sr. Presidente, de compreender a posição do Partido Nacionalista nesta Câmara.

Esto partido é uma espécie de tampão que amortece os choques vindo da direita e da esquerda; tem uma íunção social': estabelecer o equilíbrio político e de estabelecer o equilíbrio social à custa da sua acção.

No momento em que o Partido Nacionalista desapareça, o choque é inevitável. • Corrido isso partido da política e impedido de cooperar com o Governo, e ainda não lhe tendo sido reconhecido o direito de ser Governo, —abandonou um dia o Parlamento, «i E o que se produziu naturalmente? Um choque.