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toiário das Sessões ao Congresso

em liberdade os dois presos; e um dos Deputados, na mesma hora em que. só encontrou liberto, pelo caminho mais curto, pelo meio mais fácil e rápido, dmgiu--se a esta Camará. «

E para quê, Sr. Presidente ?

. O Sr. Cunha Leal '(interrompendo]: — j Pois se o Senhor é detentor das idcas!

l Se o Senhor as possui todas!

,j Corno ó que eu podia ter algumas'?

0 Orador: —Eu esperava deste meu lugar ouvir, na verdade, um discurso do Sr. Cunha Leal, que estivesse um pouco à altura, dos méritos que ele para si próprio apregoa.

Apoiados da eiquerda..

Esperava ou/ir um discurso elevado, porventura violento, mas nobre de atitudes.

Que ouvi?

Ouvi apenas a repetição do palavras de ódio, de acusações destrambelhadas, contra o Partido Republicano Português e contra o Go\êrno.

Parece que os homens que se sentam naquelas cadeiras estão ali mal!

Parece que em \ez do Sr. Vitormo Guimarães, na Presidência, o Ri. Deputado Cunha Leal desejaria \er antes o Si. Fi-lomeno da Câmara, indo o Sr Piesidente do Ministério tomar o lugar que neste momento ocupa o Sr. Filomeno da Câmara.

Apoiados da esquerda.

|Há atitudes quo homens com responsa-bilidades não podem tomai !

Um homem quo já foi Presidente de Ministério, que é Icader de um partido, não tem o direito de vir para aqui insultar ninguém (Apoiados da esquerda)] não tem o direito de insultar o Chefe do Poder Executivo, e, se quere ser respeitado, tom o dever de começar por respeitar çs mais.

1 É bom que nos entendamos, homens que somos, uns como os outros!

A ameaça nunca foi a melhor forma de convencer alguém, e a^injúria é o talento de quem não o tem.

Muito* apoiados da esquetdu.

Sr. Presidente: já a Câmara me deve conhecer, porque há largos anos que aqui trabalho.

Nunca tomei atitudes agressivas contra ninguém, nunca tomei atitudes msuljan-. tes para quem quer que fosso, mas não sou homem paia recuar um passo uo caminho que trilho.

Apoiados.

Nunca a injúria me fez intibiar no cumprimento do meu dever, nunca a ameaça me fez calar.

j É bom que os homens aprendam a conhecer-se e respcitar-se mutuamente, para quo se possam entender!

Com ameaças e injúrias ninguém se entende, ninguém se convence.

Apoiados.

Sr. Presidente: eu pedi a palavra numa altura em que o Sr. Cunha Leal, dando couta do uma conversa ha\ida com o Sr. Raul Esteves, ex-comandante do corpo de sapadores mineiros, afirmava que ele navia sido procurado pelo Sr. Quirino de Jesus, como representante do Governo a que eu presidia, para lhe pedir apoio à situação política do momento.

Eu estou já numa situação em que poucas cousas me irritam.

Já tenho as vezes um natural nojo por certos processos que se adoptam.

A irritação é já rara em num.

Mas confesso a, Câmara que ontem me senti um todo nada exaltado.

Era demais! „

£ j Eu, que havia marcado à luz do sol, perante a sociedade portuguesa, uma posição bem clara e firme na esquerda da República, poderia lá ter qualquer espécie de contacto com o Sr. Raul Esteves!?

O Sr. Cunha Leal: — Elo não deixava!

O Orador: — Nunca foi propósito meu ter atitudes menos lógicas, todos o sabem ; e toda a gente sabe também que o Sr. Raul Estoves, monái quico de sempre e de profissão, poderia ter inclinações para toda a gente, poderia apoiar toda a gente, mas nunca poderia apoiar uma situação como aquola que eu representava adentro do Govfirno.

Apoiados.

Ei a necessário, Sr. Presidente, que eu fosse muito mais estúpido do que o Sr. Cunha Leal supõe.