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Sessão de 29 de Abril de 1920

por esse Sr. Raul Esteves, pois é pessoa que iiunca me mereceu nem consideração polí.ica, nem qualquer espécie de confiança.

Apoiados.

O Sr. Raul Esteves, Sr. Presidente, tem tido uma situação especial, pois a verdade é'que sempre que ha uma ameaça de revolução se pregunta logo o que pensa o Raul Estevos a tal respeito.

Sr. Presidente: quando os homens tomam uuia' posição definida, ninguém os procura.

O Sr. Raul Estexos nunca poderia her procurado por qualquer pessoa da minha parte para fazer revoluções.

Eu não pretendo fazei i evoluções, nem nunca procurei iaze-Ias; o .que desejo, apenas, é fazer vingar as minhas ideas, lutando sempre no campo legal e adentro da Constituição.

NuQca procurei fazer revoluções, repito, e se o Sr. Raul Esteves tivesse assumido a posição que eu assumi, isto é, a ser uma pessoa de ordem adentro da Constituição, nunca seria procurado, como eu o nXo tenho sido, para entrar em re-voluçOes.

Apoiados.

Disse o Sr. Raul Estevos ao Sr. Cunha Leal e aos seus amigos, na ocasião de ser preso, que já em tempos o Sr. Qui-rino de Jesus o havia procurado em meu nome, ou em nome do meu Go\6rno, para fazer uma revolução a meu favor.

Sr. Presidente: na verdade, uma pessoa que seia possivelmente inteligente não traz a público um tal argumento, o que me leva ao convencimento de que o Sr. Cunha Leal não tem a metade da inteligência que julga.

Muitos apoiados.

Sr. Presidente: ontem o Sr. Ganha Leal trouxe aqui uma acusação.

Trata se duma falsidade, e o Sr. Cunha Leal desviou essa acusação uni pouco dizendo: «Se porventura os Srs. Pestana Júnior e Quirino de Jesus manobraram por forma a traírem o Sr. José Dornin-gues dos Santos, disso ,nao tenho eu a culpan.

O Sr. Pestana Júnior já hoje deu a resposta ao Sr. Cunha Leal nos jornais.

Faltava a resposta do Sr. Quiriuo de Jesus, que acaba do dirigir-me a carta que passo a ler à Câmara.

Lisboa, 29 do Abril de 1925.—Meu presado amigo — Fiquei surpreendido ao saber que, segundo informações do Sr. Cunha Leal, o Sr. Raul Esteves teria dito que da parte do Ministério transacto fora procurado por mini para um movimento militar a favor deste, sem o que ele teria de socorrer-se das forças extremistas. Sabe muito beui que, alheio a qualquer partido, eu só tinha relações, por circunstancias muito especiais, com dois membros do mesmo Governo: o Ministro da Ag4ii;ultnni, mi'ii companheiro de propagandas reformadoras; o Ministro das Fi-nauças, madeirense como eu, e velho amigo, que me pedira, em alguns assuntos da sua pasta, uma certa colaboração, estranha à política e prestada dentio de limites restritos e não com a latitude inculcada por muitos.

Ora a verdade é quo nunca nenhum dos Ministros de tal Governo, ou qualquer outra pessoa, me pediu que falasse, «em qualquer sentido» ao Sr. Raul Esteves. Nem tam pouco de conta própria ou alheia lhe exprimi o pensamento que se deduziria das palavras do Sr. Cunha Leal.

Num dia de Dezembro último conversei realmente com o Sr. Raul Esteves. Mostrei a urgência do se realizarem ideas largas e profundas do reforma financeira, económica e social, e de fomento, segundo cortas aspirações que dominavam o programa do Governo, tanto os males do Tesouro, da moeda e da banca e as de-cadências da produção, da riqueza e da população ameaçavam destruir a solidariedade dos portugueses e os destinos do Pais. Acentuei a necessidade absoluta de ser apoiada uma tal governação renovadora por todus os elementos mais interessados na salvação pública, e especialmente pelo exército, contra quaisquer tendências ou correntes opostas, evitando--se revoluções ou movimentos contrários a uma obra do reorganização daquela uatu-re/a, que para mim era e é um objectivo superior a todas as considerações políticas.