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Sessão de 29 de Abril de 1925

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Na verdade, Sr. Presidente, o Sr. Cunha Leal consegue sempre o contrário daquilo'que pretende.

O Sr. Cunha Leal j alga que a Câmara ó sua em face da sua oratória, em face dos sous ataques, o que assim não é. •

Apoiados. .

Sr. Presidente: eu tenho procurado fazor as minhas considerações serenamente, som excitações.

.A obrigação de todos os homeus quo são políticos é educar o povo, e nSo levantar escândalos.

Apoiados.

O Sr. Cunha Leal vive levantando escândalos adentro desta Câmara, o que na verdade n3o ó a missão de um político, niío ó a missão do leader do nm partido, de um. antigo Presidente do Ministério.

Apoiados.

Sr. Presidente: havia em Korna um homem do grande talento, quo era muito violento o que procurava sempre prejudicar a vida da República e a marchados negócios públicos, porém em certa altura apareceu no Senado um homem, quo foi Cícero, que lhe disse:

— Quousque tandem Catilina abatei is patientia nostra. ?

Sr. Presidonte: é talvez altura de di-zor ao Sr. Cunha Leal: -

— Ato quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência-?

Sr. Presidonte: o Sr. Cunha Leal, ao terminar ontem as suas considerações disse que as contas ainda estavnm por liquidar.

Ora quem níío deve, não temo, e assim ou devo 'dizer que se isso se entende com a minha pessoa, ou estou, pronto, a prestar-me a essa liquidação de contas quando S. Ex.a quiser e no campo que entender.

Tenho dito.

* , . M

Vozes:—Muito bem. ,

, O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestas lermos', restituir as notas taqui gráficas que lhe foram enviadas;

O Sr. Cimha -Leal não fez a revisão dos seus apartes.

O Sr. Cunha Leal: — Sr., Presidente : em cumprimento do "preceito regimental, embora com a voz ainda'trémula'pela'co-

uioçilo quo me causou a oratória do Sr. Cicero dos Santos, mando para 'a Mesa uma inoçJo do ordem.

O Sr. José Dommgues dos Santos quis dar-me uma hçSo de correcção parlamentar, quis demonstrar a superioridade da sua inteligência e reduzir-me a pó. N3o ,vou di&cutir o ox-somioansta José Domin-gues dos Santos. Não tenho dificuldade em reconhecer quo S. Ex.a é muitíssimo mais inteligente do quo eu, o até do que muitas pessoas inteligentes que eu conheço. Sou o primeiro a reconhccô-lo, e não acredite o ilustre parlamentar quo.;tenho qualquer pequenina mágoa ao ter de prestar homenagem i^ sua inteligência, e, se assim não lora, S. Ex.a nilo merecia o lugar quo ocupa, pois S. Ex.a é, de facto'e' do direito, o árbitro da política portuguesa. Con\once todos o faz com que todos concordem com a directriz da sua política, desdo os mais altos poderes do Estado até a Legiílo Vermelha!

Vozes : — Nilo apoiado!

O Orador: — S. Ex." ó indispensável; domestica as> feras, comove os assassinos, comovo os mais altos poderes do Estado, e até os próprios legionários não se lembram de o matar. Amarra os seus adversários, e tudo isto são pi ovas do que é capaz a-sua inteligência. Mas \ojaS. Es.a até onde podom ir os excessos da sua inteligência; lovam-no a afirmar que a única consa que fazia com quo vivesse eram os meus ataques!

Quero dizor que S. Ex.a tom uma situação tal no «eu partido quo se nSo fossem os meus ataques já o tinham deitado pela janela fora.

S. Ex.a vive à minhao custa, e, veja S. Ex.a o que pode a ingratidão política, em vez de me agradecer, 'atira-me com os pratos à cara.

O Sr. 'José Domingnes dos Santos falou como nmn'pomba, -coração virginal; constitucionalista estrénuo, homem'que não devo e n2o teme, homenTde ordem— mas de que ordem! — homem capaz de estarrecer um país com o vigor das suas ideas, que nesta'casa soaram como nm badalo faz ubrar-um sino, porque julga que este País vai num 'sino!