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Sessão de 3 de Dezembro de 1918 4

saague nos, campos de batalha em França e em África e a êsses valentes marinheiros que morreram e que pertenciam ao caça-minas Augusto do Castilho. (Muitos apoiados).

As minhas saudações são, pois, dirigidas a êsses bravos soldados, a êsses bravos marinheiros portugueses, que lutaram pela causa sagrada dos aliados, a causa da Justiça e a causa da Liberdade.

Eu lembro-me constrangido do que deve ter sido a vida do soldado português dentro duma trincheira sem luz e num clima sem sol, lutando pela Pátria distante e enviando na hora última o seu último adeus àqueles que cá deixou, não se esquecendo da mãe querida que chorou ao vê-lo partir.

Eu. Sr. Presidente, curvo-me perante todos êsses valentes soldados que ali deixaram a vida e perante os que tiveram a sorte de, mutilados ou não, voltarem para Portugal.

Sr. Presidente: feitas estas minhas saudações ao exército e à marinha portuguesa eu quero que a comemoração que nesta Câmara se está fazendo se dirija em primeiro lugar aos Chefes de Estado de todos os países aliados que são a síntese destas nacionalidades; aos exércitos e marinhas aliadas que tam alto souberam elevar-se na defesa dos princípios sagrados em que todos estávamos irmanados.

Eu quero que a minha saudação vá particularmente para a Inglaterra, à qual nos ligam tratados seculares, desde D. João I e ao lado da qual temos vivido nas horas de triunfo como nas de desventura. A maneira como nos portámos perante essa aliança é alguma cousa de grande, que há-de ser devidamente apreciada nesse heróico país.

Eu quero que a minha saudação vá, em segundo lugar, para a França, a que tantas afinidades intelectuais e afectivas nos prendem.

Eu quero, tambêm, saudar a Bélgica. a quem tanto se deve pela sua heróica atitude desde o começo da luta terrível. Sena ela que se deixou esmagar pelo tropel violento dos alêmães, talvez que a França se não tivesse preparado a tempo.

Quero saudar a Itália, que tão alto levantou o seu nome na conquista das províncias irridentas. Quero saudar a América do Norte, êsse povo heróico, guiado, sobretudo, por ideais na vida e que trouxe para a decisão da contenda alguma cousa de importante, no número dos seus soldados e do seu material de guerra. Quero saudar êsses povos que lutaram ao lado dos aliados, a Sérvia, o Montenegro, a Roménia e a própria Rússia, na sua primeira fase, embora hoje tenha de lastimar a sua situação, de que espero sairá para bem da civilização.

Eu quero, ainda, referir-me aos países que, não tendo entrado nesta luta, nos deram contudo a sua solidariedade moral.

Neste ponto, quero referir-me em primeiro lugar a êsse povo irmão, querido por tantos títulos, ao Brasil, o qual certamente pela afinidade da língua e especialmente pela afinidade de raça, se colocou ao nosso lado, movido tambêm pelo alto sentimento de justiça, que tem naquele um culto muito especial, contribuindo, dentro dos limites que lhe foram possíveis, para a grande e gloriosa vitória.

O Brasil, Sr. Presidente, é uma nação querida, cujo coração palpita um sono connosco, cujo coração deve sentir, como o coração português, e a quem a distância de muitos milhares de léguas nunca fez esquecer nem sequer afastar o ideal sagrado duma segunda pátria.

Quero fazer uma referência especial ao Japão, êsse glorioso povo que tam rapidamente soube organizar-se à forma europeia, mostrando um poder de rara assimilação e seguindo a mesma orientação daqueles povos e daqueles países, que, como o nosso pugnaram pelo sagrado ideal da Justiça e da Liberdade.

Eu desejo, Sr. Presidente, fazer ainda uma referência especial à República Chinesa, que logo que os outros países começaram as avalanches de resistência anti-teutónica, soube levantar-se da sua tradição pacifista, para enfileirar-se ao lado dos beligerantes.

Eu quero referir-me à República de Cuba, que desejando pagar uma dívida de gratidão aos Estados Unidos, como êstes quizeram pagar uma dívida de gratidão à França heróica, que outrora os defendeu, se colocou ao lado dos aliados, dando todo o esforço que lhe foi pedido.

Sr. Presidente: Feita esta saudação aos exércitos aliados e às nações que se glorificaram nesta campanha heróica e inte-