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6 Diário das Sessões do Senado

solver por meios violentos, ou pelo desejo de realizar qualquer alto objectivo de interesse nacional, da magnitude daqueles pelos quais tudo é lícito arriscar, até a própria independência.

Efectivamente, Sr. Presidente, nenhum, sentimento de animadiversão nos movia, contra os impérios centrais antes, e de há, dilatados anos, as nossas relações eram cordeais e amistosas e, até ao respeito de um dêles, nem sequer vislumbro na nossa história a mais ligeira, sombra, que pudesse ocasionar um conflito.

Tambêm, os nossos respectivos interêsses não eram antagónicos antes perfeitamente se conciliavam e harmonizavam.

Os impérios centrais eram vasto e rico merendo para os nossos produtos continentais, insulares ou coloniais, e, paralelamente, ao nosso país, que dêles carícia, afluíam os produtos das suas desenvolvidas manufacturas e indústrias, que vinham, com proveito nosso, estabelecer favorável concorrência aos artefactos similares doutras nações estrangeiras (Apoiados).

Tambêm não tínhamos a efectivar com a guerra nenhum grande interêsse nacional.

Não tínhamos como os Países Balcânicos a aspiração de reinvindicar e libertar territórios e povos da mesma raça que há muitos anos, gemiam na posse e sob o domínio estrangeiro, procurando assim reconstituir em bases definitivas as próprias nacionalidades.

Não tínhamos, como a Rússia a pretensão legítima, justificada pela extensão do seu território, imensa população e colossais riquezas naturais, de influir preponderantemente na política do Oriente e de desempenhar a natural tutela e proteção em favor das pequenas, nacionalidades da mesma raça, que se achavam gravemente ameaçadas na sua existência política por outra raça tradicionalmente adversa.

Não, tínhamos como a Bélgica a indeclinável e vital necessidade de lutar até à última extremidade contra o opressor que lhe subjugava quási totalmente o território, tentando assim, restabelecer o exercício e uma soberania que de facto tinha perdido. (Apoiados).

Não tínhamos como a Imglaterra, o imperioso dever moral imposto a um povo, altivo e forte, sob a pena de perder o seu prestígio no mundo de fazer respeitar e honrar a sua firma, aposta num tratado de neutralidade, que a prepotente Alemanha tinha infringido e rasgado, (Apoiados), e, ao mesmo tempo a previdente necessidade de afastar e repelir da vizinhança das suas costas um poderoso rival, temível concorrente industrial e mercantil, fertíssimamente armado no mar na terra e nos ares e que num lance de audácia e de arrojo podia, dum para outro momento, tentar um golpe de mão sôbre a integridade da sua metrópole.

Não tínhamos como a França a aspiração ardente, longamente contida e comprimida, e por isso, mesmo mais ardente, de recuperar e reconquistar duas ricas e formosas províncias, que lhe haviam, sido arrebatadas numa desastrosa guerra anterior (Apoiados) e a instante e actual exigência de expulsar da quarta parte, porventura a mais rica do seu rico território, o inimigo, odiado, que a talava, devastava e escravisava. (Apoiados).

Não tínhamos como a Itália de prover a uma indispensável condição de defesa, avançando a sua fronteira norte aos píncaros das alterosas montanhas, onde se alcandorava, dominando-a sobranceiro o inimigo tradicional (Apoiados) e simultaneamente o antigo e acariciado anseio de atrair aos braços da, pátria as multidões da mesma raça, largamente dispersas pelas províncias irridentas. (Apoiados).

Não Sr. Presidente, nem um sentimento de ódio que nos apaixonasse ou emocionasse, nem uma razão de conveniência em solucionar divergências de interêsses, nem o almejado intuito de realizar um elevado ideal nos atirou para a guerra, porque nenhum dêstes poderosos motivos existia, e, apesar disso, lançámo-nos ousadamente na fornalha ardente. Porque?!

Porque quisemos honrar o compromisso sagrado, que nos impunha o tratado de aliança mais, que secular com a nobre e poderosa Inglaterra. (Apoiados gerais).

E, tem intensamente, tam vivamente quisemos mostrar a nossa lialdade e dedicação que, se verdadeira é a versão, corrente e como tal a tenho, muito mais longe fomos, na prestação do nosso esfôrço e concurso, do que nos era pedido ou reclamado por quem de direito, para a estrita e satisfatória; observância dos nossos deveres internacionais.