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Sessão de 20 de Fevereiro de 1919 3

Sôbre vencimentos de funcionários do Estado.

Para a comissão de finanças.

Criando um quadro de contínuos ê guardas em cada uma das escolas industriais e comercias.

Para a comissão de fomento.

Do Sr. José Júlio César: Linha férrea da Régua a Vila Franca das Naves.

Para a comissão de fomento e faianças.

Linha férrea de Viseu a Tua.

Para a comissão de fomento e finanças.

Linha férrea de Viseu a Gouveia e Seia.

Para a comissão de fomento.

Projecto de lei

Do Sr. Senador Alfredo da Silva, conferindo os poderes necessários a uma comissão, para como delegados do Parlamento reformar as pautas de importação e exportação do continente, ilhas adjacentes, províncias ultramarinas e pauta de consumo no continente, etc.

Aprovada a urgência.

Para a comissão de finanças.

O Sr. Castro Lopes: — Sr. Presidente: pelo que ouvi dizer a vários colegas desta Câmara, os jornais têm falado sôbre vários incidentes dados com o nosso Ministro em Paris; ora eu desejo preguntar a V. Exa. se nos pode dar qualquer informação a respeito do Sr. Dr. Bettencourt Rodrigues, ou se as notícias publicadas em vários jornais são apenas tendenciosas.

O Sr. Presidente: — Não sei nada sôbre o assunto, a não ser as notícias que vários jornais têm publicado.

O Sr. Baptista Ramires: — Sr. Presidente: chegou ao meu conhecimento a campanha que se move contra o nosso ilustre Ministro em Paris, e de que uma certa imprensa se tem feito eco. Causou-me tal extranheza e indignação que eu, tendo conhecimento dêsse facto esta manhã, confesso que ainda a estas horas não tenho a serenidade bastante para o analisar devidamente. O Sr. Dr. Bettencourt Rodrigues, alêm de nosso representante em Paris, é um dos mais ilustres membros desta Câmara, e isto é razão bastante para que alguém aqui erga a sua voz, embora a todos os respeitos, tam única como é a minha, a repelir insinuações de carácter evidentemente tendencioso e que são, para não dizer mais, que não mo permite êste lugar, um testemunho da mais autêntica ingratidão. Isto entristece-me deveras Sr. Presidente, tanto pelo significado moral que isto tem, como por visar precisamente quem guiado apenas por elevado sentimento de amor pátrio, com rial sacrifício deixou a tranquilidade da sua vida em Lisboa, e que ali está na capital da França, neste momento ao lado de outra individualidade de igual destaque — o Sr. Dr. Egas Moniz — ambos a sacrificarem-se nas suas comodidades, na sua saúde e nos seus interêsses, ambos a prestarem, cada um na sua missão, um dos maiores serviços que têm sido prestados a Portugal.

Sr. Presidente: antes de mais nada, é preciso que eu diga à Câmara que o Sr. Dr. Bettencourt Rodrigues nunca pretendeu, nunca esboçou o menor desejo de ocupar o lugar que está ocupando em Paris. Aceitou-o a reiteradas instâncias do falecido Presidente, Dr. Sidónio Pais, que com clara lucidez viu nele, pelo seu valor pessoal e pela consideração que goza entre os mais altos vultos da política francesa, alguns dos quais foram em Paris seus condiscípulos, o homem que melhor podia ali representar Portugal na conjuntura difícil da guerra.

O Sr. Dr. Bettencourt Rodrigues não tinha necessidade daquele cargo que tantos cubiçam: nem pelos interêsses materiais, que não carece dêles, nem para satisfação de vulgar vaidade pessoal, e por êste lado menos ainda, porque o prestígio do seu nome como homem de sciência está muito acima das honrarias que se prestam a um representante diplomático.

Tendo vivido largos anos no Estado de S. Paulo, no Brasil, ali se notabilizou como médico; e, não se contentando em saber aplicar os conhecimentos já adquiridos na sciência, o seu nome ilustrando-se naquele centro, o mais alto da mentalidade brasileira, dali depressa passou à Europa como penetrante investigador