O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

•Sessão de 4 de Agosto de Í920

passado entre S. Ex.a, como governador de angola, com o Ministro das Colónias.

Eu não sei se o que vejo num extrac-1o dum jornal é o que disse o Sr. Depu-íado, mas não passe a versão em julgado sem que eu declare que não é exacto o que ali vem como exposto por S, Lx.~

Sr. Presidente: eu devo díir algumas indicações acerca do que se disse na Câmara dos Deputados, de maneira a esclarecer a opinião pública.

Eu nunca tive conhecimento, nnnca me íoi trazido em Setembro qualquer telegrama do governador de Angola, dizendo que estava pronto a fornecer os cereais que fossem necessários à metrópole.

Eu creio que já tive ocasião de dizer ao Senado que alguns governadores gerais das pravíncias ultramarinas e mesmo •o Sr. Visconde de Pedralva, quando tomei posse da minha pasta, não tinham .ainda ido para o ultramar, indo outros a caminho das suas colónias. Fiz-lhes saber, segundo o mea modo de ver, que, ° depois do se inteirarem do estado das ' suas colónias, deviam informar-me do que era mais necessário fazer para o progresso dos nossos domínios ultramarinos.

Sc depois de saber que alguns governadores-tinham percorrido a* saas colónias e que não tinham mandado dizer cousa alguma, enviei uma circular para que me indicassem quais as medidas mais urgentes para o desenvolvimento dos nossos territórios coloniais, e em Dezembro é que foram recebidos alguns telegramas, dizendo o que se julgava como indispensável para o fim que se tinha em vista.

Foi no mês de Dezembro, creio que a 21 ou 28. precisamente na época em que eu já estava demissionário, quo recebi um telegrama do governo de Angola pre-guntando quais as quantidades dos diversos legumes que precisaria a metrópole.' para ver se poderiam ser fornecidas.

Fiquei muito satisfeito com o telegrama, apresontei-o em Conselho de Ministros e comuniquei ao Ministro da Agricultura, Sr. Lima Alves, que já tinha dado ordem para se fornecer ao Ministério da Agricultura todos os elementos de que precisasse para responder ao governador de Angola.

Saí no dia l ou 2 de Janeiro e não sei o que se passou depois.

Quanto à questão do dentista, também o mesmo governador sabe que não é precisamente como o jornal indica que o caso se passou.

Por um acaso eu soube que no Conselho de Governo de Moçambique se discutia uma ordem do Ministro das Colónias, para que se abrisse um crédito de 3.000^ para um dentista.

Uns aprovavam, porque tinha sido indicação do Ministro, e outros rejeitavam pela mesma razão.

Lembro-me do comentário que fiz i esse respeito : que era para lastimar qae havendo tantos assuntos a estudar no Ministério das Colónias, e não havendo tempo para tratar de todos, um Ministro se lembrasse de quo em Lourenço Marques devia haver um. dentista.

Averiguei qual o documento qae havia transmitido a ordem e soube que era um telegrama assinado, contra o costume e. por excepção, pelo próprio Ministro, talvez por se tratar de um dentista.

Estranhando que houvesse um Ministro que mandasse dizer para Moçambique que fizessem aprovar pelo Conselho de G-e-vêrno uma verba de 3.000$ para pagamento a uni dentista, que era necessário e urgente, necessidade e urgência qu.e se reconhecia aqui, preguntei em que da;ji tinha sido mandado o telegrama.

Ptesponderam-me indicando uma da:a em que eu estive no Ministério o, portanto, havia sido eu mesmo que mandara o telegrama para Moçambique.

Mandei chamar o director dos serviços de saúde e preguntei-lhe como tinha sido expedido aquele telegrama, sem que en tivesse tido conhecimento e soube então que o caso tinha sido todo da alçada db um chefe de repartição, que também tinha enviado um telegrama no mesmo sentido para Angola.

Imediatamente mandei telegramas, tanto para Moçambique como para Angola^ dizendo que os telegramas em que se falava no dentista ficavam sem efeito e até acrescentando que não tinham sido do meu conhecimento.