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Diário das Sessões do Senado-

dades praticadas no Ministério das Colónias pelo mesmo funcionário.

Tempos depois o Sr. Utra Machado, que era Ministro das Colónias, quási que ~;a louvando esse funcionário, que tendo sido secretário do Ministro e cheíe do Gabinete, praticara as maiores irregularida-des.

Mandei proceder a uma sindicância, como já disse, e aquele Ministro quási que ia louvando esse funcionário.

O que eu quis com estas minhas explicações foi esclarecer o Senado de que não é verdadeira a afirmação do que ao pedido em matéria de abastecimentos se respondesse do Ministério das Colónias com o envio do cientista.

Esse facto, como eu já expliquei, não foi do meu conhecimento.

Além de que ele foi' passado em Setembro, e a questão dos abastecimentos foi passada em Dezembro.

Da questão dos abastecimentos dei conhecimento ao Ministério da Agricultura, e ignoro o que se passou depois. Sobre a questão do dentista procurei encaminhá-la como o devia fazer, isto é, castigando o funcionário que tinha abusado do nome do Ministro, mas como V. Ex.as viram não o consegui, pois que esse funcionário quási que foi louvado pelo Sr. Utra Machado.

Dito isto. vou tratar da questão que foi ventilada aqui, a questão do porto do Montijo.

E uma questão que eu considero bastante séria, e para a qual peço a atenção do Senado, devendo dizer desde já que sou dos qne partem do principio que todas as iniciativas que tenham por Em o desenvolvimento da economia do país do-vem merecer o aplauso de todos e um concurso devotado, tanto quanto possa ser.

A cada -jasso nós vemos a afirmativa de que quando aparece qualquer tentativa que possa trazer riqueza para o país, as repartições públicas armam em empatas e não deixam seguir as diversas pretensões.

Não deve ser assim; mas por outro lado nós vemos também que muitas pretensões se envolvem sob o manto de trazer grande riqceza para o país, e que essas pretensões mais tardo se transformam em grandes contas que o Estado tem de pa-srar.

A história da nossa administração, tanto da metrópole como das colónias, está cheia destes casos. Concessões que se pedem ao Estado, oprogoando-se nessa ocasião os grandes benefícios que o Estado^ vai colher da realização delas, vê-se finalmente na maior parte das vezes que essas-concessões constituem um objecto de comércio.

Essas concessões são depois vendidas aos estrangeiros, derivando mais tarde-complicações que o Estado SG vê obrigado a resolver, pagando grossas indemnizações.

Eu lembro-me, não .Já muitos anos, da concessão que foi dada para o estabelecimento dum sanatório para tuberculosos' na Ilhr, da Madeira. '

Os pretendentes dessa concessão não-pediam nada. E a idea não podia ser mais simpática do que estabelecer na Ilha da Madeira, um sanatório para tratar tuberculosos. Esse pedido era altamente simpático, era altamente protegido.

Os concessionários teriam, a seu cargo a construção do sanatório, para os pobres» o Estado indicaria quais eram os tuberculosos qae ali deviam ser tratados, e nada se pedia ao mesmo Estado. Absolutamente-nada. Simplesmente havia um pedido para se poderem expropriar os terrenos necessários para isso.

Eu lembro-me que, encontrando na baixa um homem que eu conhecia desde a escola c'e instrução primária, quo andava muito interessado na questão, lhe ouvi que acabavam de ter o direito da expropriação para o sanatório.

A minha resposta íoi: Que grande pouca vergonha! E eu direi porquê. Todo o território da Madeira é apto para se es-tabelecerum sanatórios, e eu não via a razão por que se pedia a expropriação. Emfim não direi mais cada. O resultado foi que o Estado teve de pagar 1:500 contos por esta concessão e o sanatório nunca foi construído.

1:000 contos foi quunto o Estado teve do pagar, depois duma reclamação do Governo Inglês, por essa tal concessão que no fundo não passava dum jogo, por essa tal expropriação dos terrenos da casa Blandy.