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Diário das Sessões do Senado

E preciso que eni cada distrito o representante da autoridade seja uni republicano e «m representante da acção total do Governo, e eu vou mesmo mais longe: é necessário que seja ain repubíi-cano tam independente que seja cap:iz do captar a confiança da própria oposição.

Muito estimaria que o Sr. Presidente do Ministério conseguisse o que eu, embora efèmeramente, pude conseguir como chefe do Governo, pois também tinha oposição quando entrei no Governo: tinha uma coalisãu de concentração envolta de mini, mas tinha também uma oposição, e essa oposição não me obrigun a entrar em luta com ela porque só entra em lata quem qucre.

Desejo que outro tanto suceda no Sr. Presidente do Ministério, cujo et>pír to de disciplina tanto pode contribuir par;, esta acção orgânica de aproximação de todos os republicanos neste momento em que- ò indispensável e necessário que os governadores civis sejam mais do que n imagem do Governo, a imagem das aspirí.-ções republicanas.

Nada de governadores civis partidários, facciosos; estes têm sido o grande mal dentro da República.

S. Ex.a informe-se e ficará sabendo que a acção dos governadores civis, em alguns distritos, só tem servido para separar os republicanos e do fazer com que se dê este espectáculo deplorável: de DÓS vermos muitas vezes nos postos do comando os nossos adversários.

Acontece que há autoridades sem prestígio, sem confiança, e que, não podendo colher votos entre os republicanos, os vão buscar aos nossos adversários.

Isto é um facto que todos os republicanos deploram e que não é só a uausa de inconvenientes políticos, é também a causa qne tem concorrido para esta criso dolorosa, que atravessamos, da carestia da vida; esses males têm vindo da acção partidária de governadores civis que procuram criar clientelas, o que em alguns distritos as têm pago muito caras.

O distrito que S. Ex.a tara distintamente representa é um dos que têri tido governadores civis que têm criado clientela com prejuízo da resolução do problema económico.

Todos estes factos são conhecidos, contra estes factos eu tenho sempre pro-

testado., tenho protestado sempre contra estes abusos, contra esta acção perniciosa dos governadores civis, chegando até a reclamí.r a extinção dosi governadores civis.

Sr. Presidente: eu ainda hoje sustento ossa doutrina; nós devemos caminhar para uma nova organização administrativa em que não haja administradores de concelho nem governadores civis.

Não são necessários, em geral, para nada. Nos países modelares, os administradores de concelho há muito que bo dispensam.

Na Inglaterra não há sombra das autoridades a que nós chamamos governadores civis. Talvez, todavia, seja necessário u m período de transição.

Mas então, se a República precisa dos governadores civis, que eles exerçam, ao me.ios. a função que lhes é própria, qual é íi de procurarem a união de todos os republicanos para os utilizar no caso duma insurreição.

Nada, por conseguinte, de governadores civis que não sejam autoridades absolutamente republicanas, cumprindo, neste momento, os intuitos do Governo.

Creio, Sr. Presidente, que falo ao coração e ao sentimento republicano do Sr. Presidente do Ministério, e estimaria muito que as minhas palavras fossem confirmadas por S. Ex.a

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente dC' Ministério e Ministro do Interior (Liberato Pinto): — Sr. Presidente: pedi a palavra para elucidar o ilustre Senador Sr. Bernardiuo Machado e a Câmara acerca da orientação do Governo na questão — autoridades administrativas.

TenLo conhecimento do que no.s jornais só tem falado extraordinariamente, cm aríi os pequenos, era pequenas notícias— que, afinal, mais são boatos—do problema — governadores civis.